As diferenças culturais são algo de formidável.
Imaginem vocês que num desenho animado japonês de futebol, um jogador centrou a bola e um outro respondeu-lhe: "Não me apetece cabecear".
Isto é fabuloso. Para os criadores daqueles desenhos animados há pessoas a quem apetece cabecear e outras a quem apetecerá mais pontapear ou algo do género (não, não vou fazer a referência óbvia ao Marco do Big Brother).
Eu cá não sei quais os índices de violência doméstica no Japão, mas com o pessoal a acordar com vontade de cabecear, calculo que a mulher seja o objecto mais ali à mão (ou à cabeça).
Imaginemos agora uma cena familiar japonesa:
Ele - Ò Natsumi, anda cá que acho que me está a apetecer dar-te uma cabeçada à Cais de Osaka!
Ela - Ò Onagawa, mas ainda ontem te apeteceu isso. Não preferes antes dar-me uma estalada Mari-san? (bolacha Maria para os menos poliglotas). É que ainda me dói a cana do nariz!
Ele - Bem, se é para te armares em esquisita, vou ter com a Akemi do andar de baixo que essa sabe como satisfazer as vontades dum homem. Ainda não há 2 semanas o marido dela acordou com desejo de cabeçada à Cais de Osaka, seguido dum rotativo à helicóptero Pyuma terminando com um tabefe à Kioto. E olha que foi tudo a Sushi (leia-se, a frio).E no final ainda agradeceu e fez uma vénia!
Ela - Pronto, pronto...eu vou buscar o Voltaren-san!
Não me apetece cabecear
sábado, 12 de dezembro de 2009
Ventura de Paulo Luís 0 comentários
Fezes de lagarta penduradas num poste nunca são demais
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
Esta frase foi dita por um Senhor de seu nome David Attenborough. Falava do pássaro jardineiro da Austrália que fazia um chamariz para o seu ninho usando fezes de lagarta penduradas num poste. Aprendi isso ontem com ele num documentário do qual extraí uma pequena parte para vós.
Mas este senhor ainda é vivo? Consta que sim!
E não só é vivo como ainda nos continua a ensinar depois de nos ter ensinado e maravilhado tanto. Não será demais dizer que David Attenborough está para o meio terrestre como Cousteau esteve para o marinho, embora David Attenborough também tenha falado do meio marinho.
Foi através dele que eu e tantos outros aprendemos a gostar e a valorizar o mundo em que vivemos e que destruímos a tão grande velocidade.
E por achar que os elogios devem ser feitos em vida e não na morte, eis a minha singela homenagem a um homem extraordinário.
Espero que gostem tanto desta selecção de excertos de documentários extraordinários como eu!
Obrigado David
Ventura de Paulo Luís 0 comentários
Cursos de teatro paranormais
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
O deambular pela internet é uma actividade fabulosa onde se pode encontrar de tudo, desde o que se diz, ao que se faz, mas especialmente o que se vende.
Todos nós já vimos anúncios de venda de coisas estapafúrdias no ebay ou em qualquer outro site de leilões, mas o que vos trago aqui hoje é algo verdadeiramente diferente.
Imaginem que alguém vos propunha ser actor dum modo completamente inovador. Para quê aprender com um actor vivo quando a maioria dos melhores actores de sempre estão mortos? (questão puramente estatística).
Eis o que estes nossos amigos propõem: www.cursodeteatro.net
Sim, meus amigos. A partir de hoje tenha aulas com os mais consagrados (e malogrados)actores de sempre.
Desde Charlton Heston a John Belushi passando por Andy Kaufman, Milton Berle, Jeremy Brett, Steve McQueen, Robert Mitchum entre tantos outros, a lista é enorme. Sim, existe mesmo uma lista: whosaliveandwhosdead.com
Esperem, agora é que eu reparei. No link do curso de teatro com o Raul Solnado, não é "com", é "sob a supervisão" do Raul Solnado. Ora bolas, afinal é a filha dele que dá o curso com a supervisão do pai, de Jesus e de outras personagens defuntas.
Estava este post a correr tão bem!!!
Ventura de Paulo Luís 0 comentários
Comentadores e outras dores
terça-feira, 6 de outubro de 2009
Invisto (há quem considere que perco) cerca de meia hora por dia a ler edições online de jornais nacionais. Sim, eu sei, tenho tempo livre a mais. Há quem prefira ficar preso na ponte ou na segunda circular, mas eu como vim viver para os Açores posso ficar a comer uma torrada calmamente enquanto leio os jornais e só depois sair de casa!
Onde ia? Ah, sim, nos jornais. Todos nós já reparámos na quantidade de comentários que pessoas como nós (seja lá isso o que for) colocam depois de lerem uma notícia. Mas eles realmente pensam que alguém vai ler os comentários a uma notícia? Com tanta informação disponível na net e com tantos comentadores "profissionais", alguns auto-apelidados jornalistas, quem vai estar a perder tempo a ler o que o Zé da Horta acha sobre o que o cronista X disse sobre a teoria da conspiração do Cavaco?
É que isto chega a ser doentio. O cronista dá a sua opinião sobre o "acontecimento", o Zé da Horta discorda do cronista, mas eis que de repente o Chico dos Anzóis responde ao comentário do Zé da Horta e num ápice estão meia dúzia de marmanjolas a discutirem algo que ninguém lê, a não ser eles. Creio que estes indivíduos todos colocados numa salinha ali para a Avenida do Brasil não destoavam nada, mas isto sou eu.
E depois admiramo-nos de termos o mais baixo índice de produtividade da U.E.. De facto, estes tipos que comentam o que os outros escrevem, os tipos que perdem tempo a escrever nos blogs sobre isto e, ainda pior, as pessoas que lêem os blogs de quem escreve sobre os comentados dos cronistas (ou seja, você) precisam rapidamente de terapia. Por outras palavras: acabou o Verão!
Ventura de Paulo Luís 0 comentários
A gripe dos porcos
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Falar sobre algo só tem piada quando se é o primeiro a falar do tema, quando se tem algo novo para dizer ou quando já toda a gente se esqueceu do assunto. Como tal, não vou fazer nada disso.
Também eu recebi um sms de alguém muito preocupado comigo num número que eu tenho registado como confidencial na operadora e que não dei autorização para cederem, muito menos enviarem sms. Essa pessoa ou entidade está verdadeiramente preocupada comigo, pois disse-me, embora sem me tratar pelo nome, coisa que as pessoas que se preocupam comigo costumam fazer, que deveria ficar em casa caso tivesse os sintomas da gripe A. Esperem...isto não é preocupar-se comigo, é preocupar-se com os que eu poderia contagiar! Hum...se calhar não se preocupa assim tanto comigo este admirador (reparem como depreendi que se não conheço esta pessoa e ela se preocupa comigo, é porque me deve admirar em segredo...senão porque é que se daria ao trabalho de violar a lei e obter o meu número confidencial?).
Contudo, e como me admira muito, deu-me um número para o qual eu puderei ligar caso me sinta enfermo, número que consta que ninguém nos atende. Já pensei em ligar para o dito número só para ver se me atendiam e dizer à pessoa do outro lado que era só para confirmar que o meu admirador secreto realmente gostava de mim, mas se calhar isto dito assim a frio à moça poderia parecer um bocadinho para o ligeiramente estranho. Optei por não o fazer.
Por isso, recebi um sms de alguém que não conheço para, caso me sinta mal, resignar-me ao sofrimento em privado e que não chateie ninguém a não ser uns enfermeiros sem colocação que tiveram de ir para operadores a recibo verde na tal empresa com a qual o estado tem um contrato para "tratarem" de nós.
Só por causa disto, não vou engripar-me suinamente que gosto pouco de ser tomado por parvo!
E por falar em suínos, já percebi porque é que se chama gripe suína a esta gripe. É que após milhares de anos de evolução, milhões de pessoas desta espécie são agora ensinadas a não espirrar nas mãos e depois ir cumprimentar o vizinho ou lavar as mãos antes de nos colocarem os talheres na mesa no restaurante. Sem dúvida que uma espécie com um comportamento destes não fica a dever muito aos legítimos suínos. Sem ofensa, Miss Piggy!
Ventura de Paulo Luís 1 comentários
Des-terrados no ponto nevrálgico
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
Ventura de Rafael Fraga 0 comentários
A tradição já não é o que era
sábado, 22 de agosto de 2009
Aproveitando a tranquilidade caracterizante do Des-terro Açoriano, onde tenho passado parte das férias, volto à participação activa no nosso blog - por este facto, peço desculpa aos que nos lêem. Os outros, que se lixem!
Fiquei então deveras agradado com a notícia fresquinha do nosso Açoriano Oriental, sob a égide da parangona
"Detenções por conduzir sob efeito do álcool baixam com mulheres ao volante"
Ora, lendo o título pensei logo "grande iniciativa das senhoras condutoras, que fazem questão de sanar a coima no banco traseiro do veículo, para gáudio do agente da autoridade e de todos nós, pelo que se poupa em burocracia e manuntenção de estabelecimentos prisionais"! Brilhante!
Mas não. Afinal, as senhoras conduzem em estado de perfeita sobriedade, substituindo os maridos - esses sim, ébrios. A notícia destaca também alguns pormenores interessantes: "apenas se detectou uma infracção, entre as 20h00 e 02h00, curiosamente de um homem que acusou uma taxa entre 0,80 e 1,19, tendo sido aplicada uma contra-ordenação de 500 euros". Curioso, sem dúvida!!
Mas muito mais curiosa é a solução que a menina Sara Araújo, de 18 anos, arranjou para o facto de o amigo estar alcoolicamente incapacitado para conduzir: em Fevereiro, foi detida e apanhou uma multa de 350 euros porque "procurou levar o carro até casa" - a intenção era boa, pese embora o facto de, à data, não possuir licença de condução. Achou ela - e bem - que era mais seguro levar o carro até a casa sem carta do que pôr o amigo bêbado ao volante. Mas bem vistas as coisas, até foi barato - conduzir sem carta nem é assim tão perigoso. Felizmente, a moça já está a tirar a licença de condução, podendo em breve colocar o seu intelecto e aptidões automobilísticas ao serviço da comunidade. Um louvor à Sara!
Contudo, segundo nos adianta o serviço informativo, a emoção da noite estava guardada para a detenção de 3 indivíduos que:
- "alugaram diversas motos 4, com um grupo de amigos" - (diversas - para cima de muitas, provavelmente)
- "Foram apanhados quando entravam na freguesia de São Roque" (nunca lhes ensinaram que entrar na freguesia dos outros sem pedir licença é feio)
- "e notificados para comparecer no dia seguinte, no tribunal da Ribeira Grande." (o quê, sem coimas de €350? Isto sim, é discriminação! Ainda por cima, estragam as férias às pessoas, fazendo-as ir ao tribunal ao fim-de-semana)
- "Estranho é o facto dos três homens terem conseguido levantar as motos 4, mesmo sem possuírem habilitação legal para o efeito" (estranho é quem escreveu isto não saber que a capacidade de levantar motas depende da força de cada um - e que as habilitações hoje em dia não querem dizer nada)
- "uma situação que poderá motivar consequências negativas para a empresa de aluguer" (motivará de certeza, visto que perdeu pelo menos 3 bons clientes em época alta)
Posto tudo isto, as forças de autoridade manifestavam o seu contentamento: "Este é um novo conceito (pôr as mulheres ao volante), muito positivo, que prova que as acções de fiscalizações (várias) estão a produzir os seus efeitos e as pessoas tomam consciência que devem adoptar esse comportamento".
Portanto, resta-nos aceitar a mudança dos tempos e das vontades, ao ponto de até a milenar sabedoria popular ter de ser revista: "mulheres ao volante, perigo constante", nunca mais! Agora, deverá dizer-se "mulheres ao volante sem carta, bêbado constante"! Assim sim! A tradição já não é o que era...
Ventura de Rafael Fraga 0 comentários
Fui visitar minha tia a marrocos
Notícia do DN um dia destes: "Em 2080 Lisboa terá um clima igual ao de Marrocos". Só prova que o nosso país faz um esforço para ser coerente. No fundo, isto já é mais ou menos como Marrocos, só faltava o clima mesmo, por isso.
Se calhar o nosso PM podia era largar o projecto dos carros eléctricos e começar já a subsidiar uma criação de camelos que virão a ser mais úteis. Mas dos de 4 patas senhor Engenheiro, que dos outros já podemos exportar para ajudar ao défice comercial externo.
Ventura de Paulo Luís 1 comentários
Exemplos de sucesso
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Encontrava-me no outro dia refastelado no sofá, a ver um daqueles concursos onde portugueses de imenso talento escondido (em alguns casos tão bem escondido que nem damos por ele), podem ser "descobertos" para uma vida artística plena de sucesso. Quando são realmente talentosos podem chegar a vocalistas de apoio dos mesmos programas onde foram "descobertos", para aí ajudarem outros novos "talentos" a serem "descobertos", com a possibilidade canibal de serem substituídos nesse lugar pelos que ajudaram a "descobrir". Assim de repente isto parece-me demasiado estúpido, mas deve ser só impressão minha. Se calhar vale mesmo a pena concorrer mesmo que não se tenham acções da empresa que detém o canal de TV em questão (único modo de realmente ganhar algum com isto, parece-me).
Mas voltando à noite em questão, estava eu a ver o dito concurso quando perguntam à candidata a Ivete Sangalo da Picheleira (deveria ser de outro lado, mas de momento não me recordo e a Picheleira também merece ser referida de quando em vez) qual o seu percurso de vida e eis que a candidata a Ivete responde: "Chegou uma altura na minha vida em que tive de decidir entre ser repórter e a música e optei pela música". Sem dúvida que foi uma opção nobre, e não duvido que a escolha tenha sido complicada. A única questão é que em rodapé passava a seguinte informação: "Profissão: recepcionista numa clínica dentária".
Ora aqui está algo que não se vê todos os dias; um dilema que afinal foi um trilema. Posta perante duas hipóteses, ela escolhe uma e acaba numa terceira. Isto parece o pessoal do Sporting que entre serem campeões nacionais e ficarem em segundo para irem à Liga dos Campeões, ficam todos contentes por ficarem em segundo. O problema é que afinal, aparentemente, ficaram em segundo e não vão à Liga dos Campeões na mesma...um exemplo de sucesso! Antes tivessem metido o plantel todo numa qualquer chuva de estrelas, que o resultado prático era o mesmo e o pessoal sempre se ria mais qualquer coisinha.
Ventura de Paulo Luís 0 comentários
"O amolador de tesouras" ou "...venha o diabo e escolha!"
domingo, 2 de agosto de 2009
Dia 1 de Agosto de 2009 ficará marcado na minha memória como o dia da grande perda musical. Durante anos ansiei por poder ouvir ao vivo o grande clássico "Favas com chouriço" do José Cid.
Infelizmente quando cheguei ao local do concerto, já o mesmo ia com 1 hora de duração, pelo que fiquei sem saber se o tema foi tocado ou não. Mas a viagem não foi em vão.
Passados poucos minutos da chegada, José Cid conta a seguinte história:
"Estava em casa quando oiço passar um amolador de tesouras a tocar flauta dum modo que só podia ser um músico. Retiro os óculos para ele me reconhecer e pergunto-lhe se ele sabia música. Ele diz que sim, que já tocou com Fausto e com Dulce Pontes, mas que agora está sem trabalho e precisa de ganhar a vida de algum modo."
De seguida José Cid pergunta-lhe se ele gostaria de voltar a ganhar a vida como músico e se gosta de José Cid (aparentemente ninguém reconhece o José Cid sem óculos). O amolador de tesouras diz que não gosta muito de José Cid, mas que se fosse para voltar a ganhar a vida como músico não se importava de fazer parte da banda do José Cid. E assim foi.
E ainda dizem que já não existe quem tenha paixão no seu trabalho. Deixar uma música de qualidade como a que ele tocava enquanto amolador de tesouras para ir tocar para o José Cid só pode demonstrar muita paixão pela profissão de músico. Ou isso ou já ninguém tem tesouras para amolar!
Ventura de Paulo Luís 0 comentários
De regresso...
Finda a aventura maldivana é tempo de fazer um balanço. Infelizmente a cadeira em que me sento não mo permite fazer, pelo que adiante.
Ponderei em fazer um post final neste blog, mas após estar em Portugal durante 3 meses, continuo a sentir-me profundamente desterrado.
Efectivamente o sítio é o correcto, mas as atitudes, os comportamentos e o sistema, entre muitas coisas mais, não me fazem sentir em casa. Este país que nos deixa sem esperança de melhoras numa era não geológica, o status quo da sociedade e o laxismo incompetente de quem nos deveria organizar (sim, já nem espero que nos governem) fazem-me sentir profundamente desterrado no meu próprio país.
Deste modo, decidi continuar a postar sempre que me apeteça para gáudio dos milhares de fãs do blog. Já me estou a ver a fazer um piquenique do modelo só com o pessoal que lê isto, ou seja, numa mesinha pequenina ali para o lado das furnas!
Ventura de Paulo Luís 1 comentários
Madrid, dia 2
terça-feira, 28 de abril de 2009
Goya, Picasso, Velasquez, Bosch, Rafael, El Greco, Gauguin, etc., etc., etc.
E nenhum deles tinha fechado para obras...fantástico!
Ventura de Paulo Luís 0 comentários
Madrid, dia 1
Finalmente durmo sem hora para me levantar. Depois duma noite em que “fui” ao kuwait e acabei na grécia sem dormir, seguida duma noite dormida a correr, dormi tudo a que tinha direito.
Deste modo, o dia ficou mais curto, tendo programado somente uma visita a uma zona onde poderia visitar o Museu Romântico, a Igreja de Santo Antão, a Igreja de Santa Bárbara e a Praça de Colon.
Chegado ao Museu Romântico, o mesmo encontra-se fechado para obras, pelo que com um suspiro dirijo-me à Igreja de Santo Antão. Em obras...abre às 19h00 só para a missa. Bem, perante factos não há argumentos, pelo que vou para a Igreja de Santa Bárbara...fechada!
Decididamente eu e Madrid temos um problema. Se é por ser Lunes é porque é Lunes...se não é Lunes está tudo fechado na mesma.
Bem...à praça de Colon. A praça está aberta (reparem como me abstive de dizer que era a de colon que estava aberta de modo a manter o nível do blog) e, espantosamente, não está em obras. E sim, a quantidade de trocadilhos que se podem fazer com esta praça é extraordinária. Eu fico-me por esta foto das Flores de Colon com serviço ao domicílio, embora exista o metro subterrâneo do Colon, as Torres do Colon, enfim, uma infinidade de trocadilhos disponíveis cortesia dos nuestros hermanos.
Dum dos lados da praça está a biblioteca nacional de Espanha que tem uma exposição tremenda sobre a Malária. Meus amigos...de facto, eu sou um tipo com sorte. Ando quilómetros a pé em Madrid e no final sou recompensado com uma exposição sobre a malária, o seu veículo transmissor, as técnicas de combate à doença ao longo dos tempos, etc., etc., etc.. Ah...a felicidade dumas férias culturais!
Decido que o melhor é ir jantar que ao menos de estômago cheio ando mais satisfeito. Opto por um “típico” restaurante espanhol chamado Wok onde como uma salada cantonesa de pato com legumes e um gelado de baunilha.
Pronto, agora estou pronto para o ponto alto do dia: um bar de jazz ao vivo chamado Bogui Jazz Club. Apanho o metro e dirijo-me para a Chueca, zona equivalente ao bairro alto onde todo o tipo de fauna pulula. Saio do metro e pergunto a um puto empregado de mesa numa esplanada se ele sabe onde é a “Calle Almirante”. De imediato diz com um ar imensamente resoluto e esclarecedor: “pois bem, está a ver aquela cabine telefónica ali? Na parte de trás está um mapa da cidade...é que eu não faço ideia de onde seja”. Desmancho-me a rir com ele e animado com a piada dirijo-me ao mapa, o qual para não tão grande espanto meu, a dita rua não consta.
Vou resumir a meia-hora que se seguiu onde dei voltas sem fim pelo quarteirão procurando a rua. De repente um porteiro dum bar diz-me que fica a 100m do ponto inicial onde estive. Ah...finalmente...ainda chego antes do concerto das 23h00, penso. E eis que chego ao Bogui Jazz Club.
Maravilha, encerrado pelas autoridades em Outubro. Ainda bem que dei a volta à cidade para ver este papel! Volto ao dito porteiro e pergunto se há algum bar de jazz ao vivo por perto. Ele não sabe, mas pergunta a outro tipo que estava ali na conversa. Dizem-me que o Gula-Gula tem espectáculos ao vivo e que fica perto. As indicações são boas, pelo que em 2 tempos e meio estou no Gula-Gula onde sou recebido por um travesti “loiro” e um puto de tronco nú com uma coleira sado-masoquista. Afinal o bar não era de jazz, mas sim de espectáculos travesti e derivados.
Dei corda aos sapatos certo que a minha cama não estaria fechada para obras nem só abriria para a missa das sete. Domingo era dia de Prado e Thyssen!
Ventura de Paulo Luís 1 comentários
Futebol, língua universal
Digo que quero ir para o caravelle na rua King Alexandre, tendo como resposta que “caravelle no alexandras” e uma cara de discordância.
Digo-lhe que é no “back do Hilton” e tal, mas a coisa não vai lá. De repente diz-me...”ah..King Alexandro” e faz uma cara de concordância.
O meu grego é mesmo mau. Digo-lhe que na Escola Secundária da Pontinha não tinham grego, mas ele parece não perceber.
Bolas, eu consigo comunicar com qualquer um. Não vai ser o Vassili a derrotar-me. “And the crisis? Small tourists?”, pergunto eu. Pode ser que com inglês do Zézé Camarinha a coisa vá. Não, não vai. Ele responde-me em grego qualquer coisa...acho que: “o euro tá caro”.
Hum...ora se o tempo não dá para falar, a crise também não e o gasóleo não tá caro, como o meter a falar?
You Olympiakos ou Panathinaikos? Pronto...grande sorriso e diz com orgulho: “Olympic”. Aponta para mim e eu digo: Benfica...Katsouranis. Sai do outro lado uma gargalhada e as palavras: “very good”.
Pergunto pelo Fernando Santos (ndr: treinador tuga na grécia) ao que ele responde: “Salonica...very good Fernando Santos”...e ri-se bem disposto.
Vamos os dois com um sorriso na cara até ao hotel despedindo-me eu com um “good luck to you and Olympiakos”. De imediato ri-se alto e aperta-me a mão com força ao despedir-se.
E ainda há quem despreze o futebol, verdadeiro unificador de povos e culturas!
Não tenho foto do Vassili, mas aqui fica uma foto duma viela do Dubai com o Cristiano Ronaldo em grande destaque
Ventura de Paulo Luís 3 comentários
A caminho de Delphi
A guia de seu nome “algo que agora não me recordo” falava um excelente francês e um não excelente inglês, pelo que ao adormecer recordo a minha professora de inglês do 11º ano de seu nome “algo que agora não me recordo”. Engraçado...têm o mesmo nome...e pelo inglês devem ter andado na mesma escola!
Acordo de repente e vejo o condutor a fazer uma ultrapassagem numa curva com duplo risco contínuo sob chuviscos ao mesmo tempo que a guia diz: “the olive oil is against cancer”.
Meus caros, não sei como vos dizer isto, mas nunca acordei tão depressa na vida. Do dormir alheado do mundo real a pensar que ia passar para o outro mundo foi uma fracção de segundo. Creio que até o meu cérebro deve ter ficado congestionado com tanta informação de valor. Ou um despiste ou um azeite que não gosta de cancros, sendo mesmo contra eles. Imaginem que o azeite era a favor do cancro. Bem, se há gente que vota no Sócrates, não sei porque não poderia ser o azeite a favor do cancro. Ao menos o cancro não precisou dum fax ao domingo para poder lixar o pessoal! Ah...esperem...já sei...a guia também fez inglês técnico por fax ao domingo. Como é que não me lembrei disto mais cedo? Devo ter mesmo ficado com o cérebro danificado com o susto!
Ventura de Paulo Luís 2 comentários
Do Dubai para Atenas
Chego ao aeroporto do Dubai pronto para o meu vôo directo que me levará a Atenas durante a noite, para logo às 07h30 da manhã começar uma excursão de mais de 300km a Delphi.
Entro no avião da Olympic Airways e fico atónito. Esperem lá. Mas isto é um cenário dum filme do Assalto ao Aeroporto? É que desde o avião em si aos assentos poídos, passando pelo vídeo de segurança e toda a organização geral, eu acabei de andar 20 anos no tempo para trás. Ah...à excepção dos assentos que esses devem ter nascido há mais tempo!
Fala o comandante: “ben-vindos ao voo da Olympic Airways com destino ao Kuwait...”Mau! Com destino ao Kuwait? Querem ver que estou a viver a anedota da loira que queria ir para Paris em primeira classe com bilhete de económica? (quem não a souber é favor enviar email que pela módica quantia dum leitão da bairrada ficará conhecedora da dita).
Continua o comandante: “...faremos uma escala de 40 minutos no Kuwait seguindo de imediato para Atenas, nosso destino final”. Menos mal. Afinal o vôo não é directo como eu tenho no bilhete, mas ao menos acabará por ir para onde eu quero ir. Isto da poupança nas companhias aéreas levar ao sistema de combóios com paragens em várias estações e apeadeiros até teria a sua piada, não fosse eu ter uma excursão bem cedo. Ao menos a sandes que me serviram não tinha validade de um ano. Nem de um mês, nem de um dia, nem validade alguma já que perguntam. Deveria ser de consumo instantâneo e ter sido feita pelo co-piloto antes de descolarem. Enfim...Olympic Airways nunca mais!
P.S. Consegui chegar in-extremis à excursão, cortesia do taxista que fez a viagem para Atenas à velocidade de 140 Km/h!
Ventura de Paulo Luís 3 comentários
Urgências no Dubai
É por estas coisas que se vê logo que um país não é desenvolvido. Em Portugal não é preciso crise alguma para as obras andarem devagar e devagarinho. Elas são assim por natureza só desenvolvendo miraculosamente à medida que a data de umas quaisquer eleições se aproxima. Como os Emiratis não têm eleições, arranjam razões como a crise para puderem variar o ritmo das ditas. Têm muito a aprender!
Enfim...voltando ao que interessa. Parado no engarrafamento oiço uma sirene a aproximar-se e, de modo imediato, os carros a criarem um corredor. De repente, mesmo ao lado da minha janela, passa uma moto da polícia. E com um polícia em cima!
Pensei ser estranho uma mota ir com urgência sozinha, pois não estava a escoltar nada, mas já se viram coisas mais estranhas. 100m adiante a minha curiosidade fica satisfeita, pois ao passar por uma bomba de gasolina lá está o polícia a abastecer a mota e já sem a sirene ligada.
Afinal a urgência dele era abastecer. Compreensível. Imaginem que são um polícia e que ficam sem gasolina naquela vestiota toda sob uma soleira desgraçada e têm de empurrar a mota!!!
Para os que estão a pensar que a urgência dele era outra e que ele só parou para abastecer, passados poucos minutos ele passa por nós em “modo silencioso”.
Ventura de Paulo Luís 0 comentários
Museu do Dubai
O museu do Dubai tem várias características interessantes sendo a primeira o facto de ser subterrâneo. Sem dúvida que fica mais fresco.
O museu está bem concebido, com várias recreações dos artífices de tempos idos e da cultura beduína, hoje em dia “adaptada” aos tempos modernos nos EAU.
O museu optou por fazer bonecos de cera de tamanho natural para representar os seres humanos e, agora repare-se na “beleza” natural da coisa, empalhou todos os animais que necessitou para ornamentar as cenas.
O resultado final é um misto de encanto pela atmosfera criada que nos transporta no tempo e uma casa de horrores. Uma espécie de museu do Sporting portanto!
Ventura de Paulo Luís 1 comentários
Negócios do Dubai
Chego ao Textile Souk, ou mercado do trapo em Português e, de imediato, sou abordado por vendedores que me tentam convencer a entrar no seu estaminé.
Acedo ao pedido do Ali e entro. O Ali tenta convencer-me de que uma camisa de algodão branca me fica a matar. A mim e a algum familiar meu, pois oferece-se logo para fazer um desconto por quantidade. Ainda estive para lhe dizer que pertencia à família do Duque de Bragança e que por isso queria 354 camisas de homem, ou melhor, do sexo masculino, mas duvido que o Ali percebesse a piada.
Saio da loja agradecendo a atenção e dizendo que mesmo por 40 AED não estou interessado, nem mesmo se ele juntar uns belos sapatos de senhora curvos na ponta.
Conheço de seguida o Abdulla Rac que me diz ter uns belos lenços de seda. Explica-me que os do Nepal são melhores que os da China, etc e tal perguntando-me de onde sou. Respondo que sou de Portugal, o que o leva de imediato a dizer com os olhos arregalados: “Figo!”. Escusado será dizer que passou de imediato a ser o meu vendedor preferido no mercado. No final da visita ao mercado volto à procura dele e compro um belo lenço de seda de caxemira liso por 40AED, o que deixou a ambos contentes.
Pelo meio conheço uma personagem típica destes sítios que me vendeu um lenço de caxemira estampado. Começou por pedir 250AED, tendo acabado por vender “contrariado” por 60. Acho que se tenho mesmo saído da loja, em vez de somente virar as costas e começar a andar, ainda o tinha comprado por menos. Enfim...negócios do Dubai!
Ventura de Paulo Luís 0 comentários
Pobrezas
A pobreza é, sem dúvida, um conceito relativo. O que para uns é uma pobreza pegada para outros é simplicidade e para outros ainda um sonho.
Referia uma comentadora deste blog que já tinha visitado o Dubai e lá não havia pobreza.
Pois estou certo que estes senhores, tal como centenas de outros com que me cruzei, ora a bordo de barcos de carga tirados de filmes de há 50 anos, ora a pé puxando carros como este carregados de mercadorias, devem achar-se ricos na medida em que deverão estar melhor na vida que alguns compatriotas seus na Índia e no Paquistão, mas cá para mim, que devo estar mal habituado na vida, eles parecem-me mesmo pobrezinhos. Mas isto é para mim, claro.
Já este senhor também deve ser pobre aos olhos de alguns, pois não pode pagar uma casa com garagem tendo sido obrigado a ir ao Ikea comprar um toldo para o seu Porsche não apanhar sol. Ou terá comprado os toldos para que o indiano que todas as manhãs lhe lava o carro não apanhe uma insolação? Se calhar o indiano em questão não se acha pobre. Na Índia se calhar trabalhava sob o sol forte e ganhava menos. E, de repente, o indiano é mais rico que os outros indianos, sendo o dono do Porsche mais pobre que os outros que têm garagem.
E eu que não tenho Porsche nem indiano para me lavar o carro, mas tenho garagem?
Ventura de Paulo Luís 1 comentários
No Dubai
quarta-feira, 22 de abril de 2009
A estadia no Dubai está a revelar-se fascinante, não pela parte moderna e extremamente rica da cidade, mas sobretudo pelos contrastes e pelo contacto descontraído com a população mais pobre e modesta. Deambular pelas vielas dos mercados antigos é uma experiência fascinante, mas não vou falar disso agora. Chegado a Portugal e com mais tempo contarei as peripécias que me aconteceram tal como outros episódios que ficarão na memória. Para já deixo algumas fotos para que fiquem com uma ideia.
Paragem de autocarro moderna com AC
Ventura de Paulo Luís 2 comentários
Tudo tem uma razão de ser
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Já em outras escalas em Doha me tinha perguntado porque razão eram os lavatórios nos lavabos do aeroporto tão baixos. Como não encontrei nenhuma razão mais óbvia, depreendi que era pelo facto dos locais serem de estatura mais baixa.
No entanto, desta vez fui esclarecido. Tendo comido uma sandes no “Costa Coffee”, vou aos lavabos para me refrescar e lavar a dentadura
Começo eu a escovar os dentes quando um indivíduo de veste branca se junta a mim começando a lavar as mãos. Depois das mãos começa a lavar os braços até aos cotovelos. Até aí tudo bem, nada de anormal. Era um tipo muito asseado, vá.
Eis que quando de repente, e enquanto me olha com um olhar divertido por eu estar a usar o lavatório para lavar os dentes, desata a lavar um pé. Olho em frente para o espelho e vejo esta imagem dum tipo a lavar os dentes e o outro a lavar os pés e, não sei porquê, espero ver o John Cleese entrar a qualquer momento.
Como diriam os Monty Python: “And now for something completely different”!
P.S. Para os que se perguntam, sim, acabou por lavar o outro pé também.
Ventura de Paulo Luís 0 comentários
De Male para Doha
Já falei aqui no blog da qualidade do serviço a bordo da Qatar Airways, pelo que conto só algo que me fez rir bastante, sozinho no avião.
Um dos jogos interactivos disponíveis é o Quem Quer Ser Milionário na versão britânica, sendo que uma das perguntas era:
O segundo capítulo do Velho Testamento chamava-se (tradução livre):
a) Pisguem-se daqui
b)Vão-se embora
c)Ponham-se a andar
d)Êxodo
Ao menos há sentido de humor ao fazer as perguntas :P
Ventura de Paulo Luís 0 comentários
O felizardo
domingo, 19 de abril de 2009
A pessoa que for o visitante nr 5000 do blog ganha um fantástico prémio. A possibilidade de fazer um comentário a este post a dizer que foi ele o felizardo com foto do monitor a confirmar que foi mesmo o 5000º.
Isso e o prémio "não tenho nada que fazer no trabalho por isso ando a ver blogs como este" :D
Ventura de Paulo Luís 0 comentários
Uma refeição em Male
Chegado ao House Clover, perco 2 horas a tentar configurar o acesso à net. Vem o tipo da recepção, vem o tipo que percebe mais um pouco do que o tipo da recepção e finalmente vem o técnico de informática da empresa que presta assistência aos tipos que percebem menos do que ele.
Resultado? Nada de net.
Pois bem, perante este cenário, decido ir dar uma volta pela capital para espreitar preços de algumas coisas. Depois de 60 minutos de deambulanço decido que está na hora de voltar ao quarto, trocar-me e ir comer. Ao ligar o PC este detecta automaticamente a rede wireless e num piscar de olhos tenho net. Desconfio que a única coisa que deveria ter feito era reiniciar o pc. Abençoado Bill Gates que criou esta solução mágica para tudo: o reiniciar!
Vejo a ementa que tenho no quarto e fico impressionado pela variedade a preços relativamente baratos para um serviço de quartos que vão dos 8 aos 15 dólares. Decido ir à recepção saber a que horas posso comer e verifico pela cara do pessoal que não é uma pergunta muito comum. “Mas quer comer aqui? É que nós vamos buscar a comida ao restaurante ali abaixo na rua. Porque não vai lá?”. A sugestão agrada-me pois assim a coisa deverá ser mais rápida, penso.
Pois vira à direita quando sair da porta de entrada, primeira à esquerda e é o Symphony. Muito obrigado e a caminho.
Dou em 1 minuto com o sítio, abro a porta e deparo-me com empregados de camisa branca e laço preto, decoração toda em tons de vermelho com velas e mesas postas a rigor. O Chris de Burgh canta o “Lady in Red”. Não poderia ser mais apropriado.
Perante tanto requinte pergunto-me se estou no sítio certo, enquanto espero a ementa que me é trazida de imediato juntamente com uma garrafa de água. Abro e vejo de imediato que as sopas vão de 20 a 30 e os pratos principais de 60 a 150 mais 10% de taxa de serviço. Naquela fracção de segundo pensei que pela primeira vez na vida ia passar a vergonha de depois de estar sentado sair do restaurante sem pedir nada. Cum raio...esta refeição vai custar-me uns 100 dólares no mínimo...ai! Nada disso...aqui o preço não estava em dólares, mas sim em rufias, pelo que o belo jantar de sopa mais prato principal ficou-me em menos de 6 euros já com taxa de serviço incluída.
Acreditem que não ganhei para o susto!
Ventura de Paulo Luís 0 comentários
Taxista em Male...profissão de futuro
Chegado a Male, começam as coisas à Maldivas. Falam da Jamaica como sítio “descontraído”, mas isto aqui não lhe fica muito atrás. Ou então são coisas que só acontecem aqui ao vosso amigo.
Saio do barco que liga o aeroporto à ilha capital e entro no primeiro táxi da bicha. Bagagens na parte de trás e digo ao taxista: house clover. É uma casa de hóspedes de fazer inveja a muito hotel que conheço em termos de asseio, serviços e simpatia do pessoal. Perante a cara de espanto tiro a confirmação de reserva enviada por email e mostro-lhe o nome. Faz outra cara estranha e pergunta-me se sei onde fica. Estive para lhe responder na língua dele que se soubesse era eu o taxista e ele o cliente, mas como não falo a dita, limitei-me a dizer que não.
Cria-se um silêncio e eu pergunto-me se haverá alguma câmara para os apanhados. Ele volta a dizer-me que não sabe onde é, o que me faz sugerir que pergunte a quem saiba. Aparentemente, ele não se tinha lembrado dessa possibilidade. Pega no rádio e pergunta. Do outro lado vem uma resposta que não lhe muda a expressão, pelo que adivinho a mesma. E agora, pergunto eu? Agora tem de sair, diz-me ele. E pronto...entro no táxi que estava atrás e preparo-me para o segundo take da cena.
Pois adivinharam...este taxista também não fazia ideia de onde era o house clover. Suspiro e digo: e não pode perguntar a quem saiba? Ele pega no rádio e faz a dita pergunta. Do outro lado deste rádio havia alguém mais útil do que do outro lado do primeiro rádio, pelo que de imediato ele arranca.
Depreendo que ele sabe para onde está a ir, mas só pelo sim só pelo não, decido perguntar, recebendo como resposta que ele agora está ao telemóvel, pois tinha acabado de meter o auricular.
Pelo tom da conversa e da risada, não lhe estavam a dizer o caminho, mas como ele chegou ao destino em 5min, tanto se me deu.
O preço da viagem? 30 rufias, ou seja, 2,5 dólares. Uma pechincha...entrei em 2 táxis por 2 euros...uma verdadeira experiência cultural ao alcance de qualquer um...nas Maldivas!
Ventura de Paulo Luís 0 comentários
Do W para Male
Do W para Male
Na véspera da minha partida fui surpreendido com um cruzeiro privado ao pôr-do-sol no veleiro de 25m com umas bebidas e snacks a bordo com o staff todo. Muitos abraços, algumas lágrimas e os lugares comuns destas situações como dizer que nos veremos de novo, que o mundo é pequeno...enfim...aquelas coisas. Bebemos, comemos, dançamos e naquele momento a tripulação maldivana quer toda tirar fotos comigo, dizendo bananaaaaaaa para a foto...hábito com que os contagiei. Os sorrisos na face para as câmaras chocam com uns olhares tristes que se vislumbram quando a câmara não está presente. O mar está chão e o sol dum amarelo torrado perfeito. Não poderia pedir melhor festa de despedida!
Passa a noite devagar e acordo no dia da partida. Malas quase feitas, faltando saber exactamente a hora do vôo que isto dos táxis aéreos maldivanos é muito “flexível”.
Despeço-me daqueles que vou encontrando pelo resort, os quais me desejam boa sorte e tudo de bom na vida, regressando de imediato à tarefa que estavam a realizar, pois no resort nada pára por ninguém.
Malas feitas e pronto para partir, vou para o quarto descansar na hora e meia que falta até à partida, quando de repente toca o telefone e informam-me que afinal o vôo está adiantado uma hora, pelo que tenho de começar a ir para o cais de embarque.
Aos poucos começam a chegar os meus colegas, os quais um após um ficam a meu lado sem saberem bem o que dizer ou fazer. Durante aqueles longos momentos brinca-se com qualquer assunto tentando aligeirar um momento que todos sabemos que vai ser complicado. O hidroavião avista-se ao longe a virar, fazendo-se à amaragem e chegando ao pé de nós em menos de um minuto.
Abraços, sorrisos, palavras que ficarão guardadas, lágrimas quase perfeitamente contidas e está na hora de entrar no avião. Viro-me para trás antes de entrar e fica-me na memória aquela fotografia de todos alinhados no cais a acenarem-me, o que fazem até o avião ligar motores, rodar sobre si e começar a avançar em direcção à “pista” livre no mar. O peito contrai-se e naquele pequeno momento sou a cria cuja mãe fugiu para parte incerta. Vejo-os a acenar e dobro-me no avião para que me vejam a acenar pela mini-janela. Adivinho lágrimas e comentários, mas acima de tudo sinto emoções fortes e isso é insubstituível.
O acelerar dos motores relembra-me que a descolagem está iminente e no fundo do meu ser oiço a página que se vira ao vento...ao vento da monção que chega às Maldivas e que marca o encerrar deste capítulo da minha vida!
Ventura de Paulo Luís 1 comentários
Partida
sábado, 18 de abril de 2009
Amanhã deixo de estar desterrado nas maldivas, deixando para trás uma experiência tão rica como estimulante.
Por isso, e durante um período de cerca de 2 semanas, andarei por vários países, tentando sempre que possível registar e partilhar essas experiências sempre gratificantes.
Até breve
Ventura de Paulo Luís 1 comentários
Nouvelle cuisine
quarta-feira, 15 de abril de 2009
Já uma vez contei aos meus fiéis leitores (obrigado a todos aí em casa) quão fabulosa é a vivência gastronómica na cantina do pessoal, mas este episódio fez-me repensar os conceitos de palato, nutricionismo e inovação culinária.
Ventura de Paulo Luís 0 comentários
Des-terro absoluto
sexta-feira, 10 de abril de 2009
Após alguns meses de des-terro absoluto por razões de força maior, gostaria de anunciar a lamentar ocorrência do meu regresso às lides bloguísticas. Para comemorar a efeméride, aqui vos deixo o novo visual, absolutamente refrescante, do nosso blog, em jeito de pronúncio do Verão que se aproxima.
Ventura de Rafael Fraga 1 comentários
Um episódio...
terça-feira, 7 de abril de 2009
De repente o capitão grita algo e lança-se ao mar completamente vestido desde o cais em direcção ao seu barco. O cabo de amarração ameaçava partir vergastado pelo vento ciclónico e pelas vagas que o assolavam. Pelo meio da chuva forte e dos relâmpagos conseguia-se ver que o barco batia no fundo quando a vaga passava.
Atarefados, alguns de nós amarravam cabos a mais cabos de modo a fazer 3 ou 4 cabos suficientemente compridos para chegarem do cais ao ponto onde se encontrava o barco. Salto para a água com máscara, tubo e barbatanas e começo a levar o cabo pelo meio do mar em direcção ao barco, mas a dois terços do caminho páro. Não era suficientemente comprido. Tenho de esperar que aumentem o seu comprimento na outra ponta. Um cabo molhado fica pesado e a ondulação não ajuda.
Fazem-me um sinal de que posso recomeçar a rebocar o cabo e assim faço. Passados 10m páro de novo. Mais uma vez espero e recomeço até passar o cabo à tripulação, que a força de braços tenta puxar o barco para o cais puxando pelos cabos que lhes demos. Outro colega chega e dá mais um cabo, pelo que volto ao cais.
Finalmente estabilizado o barco e confirmado que não tem rombos decidem fazer-se ao mar e procurar abrigo numa ilha maior.
Os relâmpagos iluminam a noite que a tempestade fez do dia enquanto o barco entra mar dentro. Ao longe vejo um hidroavião no horizonte tentando contornar a tempestade. Sei mais tarde que voltou para trás. Reparo então que há imensos ramos pelo chão e que há danos nas estruturas mais frágeis da ilha.
É hora de ir ter com uma aluna à sala de aulas...ainda são 17 horas e há um teste para ser feito.
Ventura de Paulo Luís 0 comentários
Parabéns
sábado, 4 de abril de 2009
Um tipo sabe que anda a viajar demais quando os primeiros emails que recebe de parabéns são da SATA e da CP.
Aos que se lembraram deste dia, agradeço a lembrança, aos outros cá vos espero. O esquecimento vale um leitão (vocês sabem do que estou a falar!!!).
Ventura de Paulo Luís 0 comentários
Mais uma folga, mais uma viagem, mais um prémio
terça-feira, 31 de março de 2009
Mais meio-dia de folga, mais uma sessão, desta vez violenta, pois o mar estava mais batido.
Felizmente o spa estava livre e uma massagem sueca seguida de banho turco tratou das mazelas (ok, isto foi só mesmo para fazer pirraça :D)
Divirtam-se com os vídeos
Ventura de Paulo Luís 3 comentários
Num dia de folga 2
segunda-feira, 30 de março de 2009
Decidi experimentar o knee-boarding, ou seja, esqui aquático para tótós.
Para tótó não estive mal, tendo conseguido arrancar à primeira tentativa, equilibrado e passados 5 minutos já fazia um 180 (andar de costas), um 360 (fazer um pião) e até um mortal (afocinhar na água ao saltar numa onda para aprender a não ser cromo).
Fotos dos feitos não há, mas sempre fica uma só com uma mão...e com dentes :D
Ventura de Paulo Luís 0 comentários
Futsal...ou quase
Grande emoção envolveu o torneio interdepartamental de futsal aqui no resort, ao ponto do director ter ameaçado acabar com isso tal a barulheira feita pelo "público" :D
Não se pode dizer que os maldivanos tenham grande cultura táctica, pelo contrário. Parecem miúdos de 8 anos todos a correrem em direcção à bola. No final da coisa, o nosso saldo é aceitável com 3 vitórias, 2 empates e 3 derrotas, sendo que no final do torneio já parecíamos uma equipa a jogar em bloco. Pelo menos a espaços!
Eis algumas fotos da "acção" ;)
Ventura de Paulo Luís 0 comentários
Um homem confiante
domingo, 15 de março de 2009
Contudo, ha dois dias recebi um elogio a minha auto-confianca perfeitamente inesperado. Encontrava-me no W Under, o nosso barco para mergulho, quando o capitao diz para nos comecarmos a equipar. Saco do meu fato curto que se encontra do avesso e viro-o para o vestir. Eis que de repente uma hospede se dirige a mim dizendo: "Fico sempre muito contente quando vejo um homem com a confianca suficiente para usar cor-de-rosa".
Sorri para ela exalando uma confianca acrescida enquanto pensava: "Que raio...ia jurar que quando comprei isto era vermelho!!!"
P.S. Outras pessoas confirmaram que era mais vermelho que rosa quando novo.
P.P.S. E sim, estou num pc sem acentuacao em Portugues.
Ventura de Paulo Luís 3 comentários
Num dia de folga
Os planos que fazemos acabam na sua maioria por ser alterados pelas “circunstâncias”, termo muito usado com que costumamos descrever a vida. As ditas circunstâncias, que nós não prevíamos, não passam da vida no seu mais puro estado de acaso e imponderabilidade, factores que eu adoro, ao contrário de outros de vós que preferirão a previsibilidade, preferência essa que
Depois deste devaneio inconsequente, tentarei fazer a retrospectiva do tempo ido nesta experiência maldivana. Quase 6 meses se passaram (como também sou fã de clichés, cá vai: o tempo voa, ainda parece que foi ontem que cá cheguei, etc., etc.) e uma conclusão posso desde já tirar.
O mundo em que nos deslocamos é de tamanho variável, acabando por ser indiferente o seu tamanho, ou seja, vivendo nós numa ilha de 1 hectare ou numa grande capital, o raio em que nos movimentamos socialmente tende a ser de tamanho similar. Quando falo de raio não me refiro a raio quilométrico necessariamente, mas a raio social. Vamos aos mesmos sítios, saímos com as mesmas pessoas, fazemos as mesmas coisas, enfim, rotinamo-nos.
Eventualmente haverá um termo técnico para isto, assunto com que não me preocupo muito (se algum sociólogo estiver a ler isto é favor esclarecer os restantes leitores num comentário). Como em qualquer lugar, estabelecemos relações de amizade mais próximas com uns do que com outros, estabelecemos relações de inimizade mais “chegadas” com uns do que com outros e, acima de tudo, não estabelecemos relações de tipo algum com imensa gente, garante essencial para a manutenção da sanidade mental, nossa e dessa gente afastada.
É claro que há pessoas que conhecem imensa gente, cujos telemóveis e Hi5/Facebook/etc. têm centenas ou milhares de contactos, enquanto outras são felizes com umas dezenas (ou nem isso) de relacionamentos sociais. Pessoalmente, e como diria o “outro”, quanto mais conheço pessoas, mais gosto de animais, ou como diria “Eu”: se gostasse mais de gente do que de animais seria sociólogo ou psicólogo e não biólogo. Abro aqui uma honrosa excepção para as pessoas, conceito que distingo fortemente do conceito de gente. Será um conceito perfeitamente subjectivo, mas como é o meu, sou feliz com ele.
Já não me lembro muito bem da razão que me levou a escrever este texto, mas estou certo que seria uma belíssima razão. Quando me lembrar talvez escreva sobre ela.
Ventura de Paulo Luís 0 comentários