Do W para Male

domingo, 19 de abril de 2009

Do W para Male

Na véspera da minha partida fui surpreendido com um cruzeiro privado ao pôr-do-sol no veleiro de 25m com umas bebidas e snacks a bordo com o staff todo. Muitos abraços, algumas lágrimas e os lugares comuns destas situações como dizer que nos veremos de novo, que o mundo é pequeno...enfim...aquelas coisas. Bebemos, comemos, dançamos e naquele momento a tripulação maldivana quer toda tirar fotos comigo, dizendo bananaaaaaaa para a foto...hábito com que os contagiei. Os sorrisos na face para as câmaras chocam com uns olhares tristes que se vislumbram quando a câmara não está presente. O mar está chão e o sol dum amarelo torrado perfeito. Não poderia pedir melhor festa de despedida!
Passa a noite devagar e acordo no dia da partida. Malas quase feitas, faltando saber exactamente a hora do vôo que isto dos táxis aéreos maldivanos é muito “flexível”.
Despeço-me daqueles que vou encontrando pelo resort, os quais me desejam boa sorte e tudo de bom na vida, regressando de imediato à tarefa que estavam a realizar, pois no resort nada pára por ninguém.
Malas feitas e pronto para partir, vou para o quarto descansar na hora e meia que falta até à partida, quando de repente toca o telefone e informam-me que afinal o vôo está adiantado uma hora, pelo que tenho de começar a ir para o cais de embarque.
Aos poucos começam a chegar os meus colegas, os quais um após um ficam a meu lado sem saberem bem o que dizer ou fazer. Durante aqueles longos momentos brinca-se com qualquer assunto tentando aligeirar um momento que todos sabemos que vai ser complicado. O hidroavião avista-se ao longe a virar, fazendo-se à amaragem e chegando ao pé de nós em menos de um minuto.
Abraços, sorrisos, palavras que ficarão guardadas, lágrimas quase perfeitamente contidas e está na hora de entrar no avião. Viro-me para trás antes de entrar e fica-me na memória aquela fotografia de todos alinhados no cais a acenarem-me, o que fazem até o avião ligar motores, rodar sobre si e começar a avançar em direcção à “pista” livre no mar. O peito contrai-se e naquele pequeno momento sou a cria cuja mãe fugiu para parte incerta. Vejo-os a acenar e dobro-me no avião para que me vejam a acenar pela mini-janela. Adivinho lágrimas e comentários, mas acima de tudo sinto emoções fortes e isso é insubstituível.
O acelerar dos motores relembra-me que a descolagem está iminente e no fundo do meu ser oiço a página que se vira ao vento...ao vento da monção que chega às Maldivas e que marca o encerrar deste capítulo da minha vida!

1 comentários:

Rafael Fraga disse...

Bem, com tanta emoção, até eu ia deixando rolar lágrimas de transtorno... :p