Seabob

domingo, 26 de outubro de 2008


Hoje vou falar-vos do Seabob. Para as mentes mais pecaminosas que já estão a pensar na versão aquática da rábula da Brigitte Bardot, podem tirar daí os cavalinhos, pois estes cavalos são outros.
Isto não é uma scooter subaquática nem é uma mota de água. É algo que fica algures a meio, não sendo realmente parecido com nada.
É eléctrico e tem um computador de bordo que gere a potência que escolhemos, indicando a autonomia esperada com aquele nível de utilização. Também permite que seleccionemos algumas características como a profundidade a que o corte automático de energia se dá, de modo a evitar problemas com os ouvidos na equalização.

Eu fui seleccionado juntamente com outros 2 colegas de entre um vasto lote de candidatos (só nós os 3 estávamos disponíveis) para servirmos de modelos para a publicidade a esta actividade. Um mergulhador vai com uma câmara e nós fazemos passagens sem fim para a fotografia junto dele.
Digamos que aprender a andar no seabob e, ao mesmo tempo, parecer gracioso e natural (tudo em 30min) não foi nada fácil, mas pelos resultados finais, só podemos deduzir (sim, vocês também podem deduzir comigo) que a graciosidade e a naturalidade na água (e porque não em terra e no ar) são-me naturais. Isso e a humildade, claro!
Ao princípio nem sabia onde colocar os braços, o corpo e as pernas, sendo que “cair” à primeira tentativa de virar em aceleração foi o resultado. Depois de algumas tentativas, a coisa lá se compôs e a partir daí foi sempre a descobrir as potencialidades da coisa. Abaixo dos 50% de potência, não conseguimos afundar, servindo somente para andar à superfície, mas a partir daí, dirigindo o seabob para baixo, ele suga-nos num turbilhão de água e bolhas e lá vamos nós, sendo a coesão do conjunto seabob/utilizador garantida somente pela força de braços. Com o ar que temos nos pulmões, estabilizamos a uma certa profundidade e depois divertimo-nos curvando e, no meu caso, disparando para a superfície a toda a velocidade, tendo como resultado uma projecção no ar seguida duma queda aparatosa na água ao melhor estilo submarino a emergir. Depois da sessão fotográfica decidi ver o que aquilo realmente dava a caminho do centro.

E aí, meus amigos, a coisa muda de figura. Deixa de ser um brinquedo e passa a ser um veículo. A 2m de profundidade e a toda a potência, a máscara parece querer sair da cara, o tubo da boca e até o fato parece querer sair do corpo. Os peixes são deixados para trás e só vemos o recife a passar a toda a velocidade. Foi a primeira sensação de velocidade subaquática com adrenalina que tive e posso dizer-vos que vou fazer isso de novo um dia destes num dia de folga. Alguém quer vir comigo? ;)

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