Eu quero um Porto!

segunda-feira, 20 de outubro de 2008


Chegou o sábado, dia em que podemos comprar bebidas alcoólicas para consumo privado. Esta venda de bebidas alcoólicas está limitada a parte do staff, creio que acima de “talent” nível 5, seja lá o que isso for. Aparentemente enquadro-me na categoria dos que se podem alcoolizar em privado!
Tendo preenchido anteriormente o formulário “I want some alcohol please” (nome verdadeiro do formulário), pedi uma garrafa de vodka para o Vova (ucraniano) e, apesar de não ter visto na lista de bebidas disponíveis, perguntei no formulário se tinham Porto, pois é a única bebida alcoólica que bebo hoje em dia.
Dirijo-me à secção de bebidas do resort, onde sou informado que não há vinho do Porto. Suspiro e lá vou à adega, climatizada e dividida por secções que estão a temperaturas diferentes e controladas, recolher o vodka e tratar da papelada.
Primeiro entramos na secção de vinhos, onde vejo imensas variedades de vinhos, praticamente todos desconhecidos para mim, sendo que nenhum é português, claro. Passamos o champanhe com o moet & chandon, o don perignon, etc e tal e chegamos à secção de bebidas espirituosas. Vários tipos de vodka, gin, rum, conhaques, licores espanhóis e italianos. Chiça, penso eu. Aqui há de tudo menos vinho do Porto. Decido começar uma investigação exaustiva, quase garrafa a garrafa, enquanto o funcionário de serviço me observava pensando que eu nunca tinha visto uma garrafeira.
Finalmente, na prateleira de baixo da última coluna de prateleiras, Cockburn’s special reserve e Sandeman. Quatro garrafas do primeiro e duas do segundo. De repente, sinto-me meio alcoólico por estar a delirar com a visão das garrafas meio empoeiradas e digo: “ah...mas afinal há Porto”. Sim, diz-me o funcionário, mas não está disponível para venda ao pessoal. Só falando com o Major. E quem é o Major? (não, a influência do Valentim Loureiro ainda não chegou aqui). O Major é o responsável das bebidas, o qual mergulha também nos tempos livres e vive no quarto ao lado do meu. Arranjo o número dele, ligo-lhe, mas nada. Não deve conhecer o número. Outro suspiro e sigo o meu dia, não pensando mais no assunto.
Finalmente, ao final do dia, ele devolve a chamada perguntando de quem é o número. Explico-lhe a minha “situação”, receando ouvir um não devido ao pequeno stock que têm. De imediato, ele diz: “No problem mate. Call me tomorrow and you’ll have all the port you want”. Nada como contar com a solidariedade alcoólica dum anglo-saxónico!
Veremos se hoje depois do jantar já poderei satisfazer a minha saciedade digestiva :D
P.S. Não foi preciso esperar pelo jantar :P

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