Viagem ao outroladodomundistão

segunda-feira, 29 de setembro de 2008








Male – W resort, Ilha de Fesdu

Chamo o táxi do hotel, o qual chega rapidamente. É o típico taxista da noite, a ouvir música no carro. Quando eu entro, diz que vai mudar o cd para algo que é igualmente bom...que eu vou gostar. E sai uma rockalhada americana às 4 e meia da manhã para arregalar a pestana. A viagem dura exactamente a duração da música, pelo que a coisa sai barata e pouco dolorosa.
Chego ao cais às 04h40 e dou as bagagens ao...ao...sinceramente, nem sei como lhe chamar. A ver se vos consigo explicar o aspecto da coisa. Dentro do barco está um indivíduo a dormir e 3 ensonados. Sou o único ocidental. Ando pelo barco procurando coisa alguma quando vejo mais um a dormir no escuro...mal dava por ele. De repente, o dito tripulante, vá, dá uma palmada no tipo que está a dormir, vai para a popa, dá à manivela e o motor a gasóleo pega (nunca vi nenhum motor a gasóleo pegar à manivela até hoje). Num ápice, o indivíduo que dormia levanta-se e vai para os comandos! Digamos que já vi manobras de desatracagem melhores. Entretanto, viajamos sem luzes e eu pergunto-me se conseguiria ver os coletes de salvamento no meio do bréu. Como que respondendo à minha pergunta, o “tripulante” acende as luzes da zona dos passageiros, deixando-me mais descansado. Puro engano...vinha cobrar a tarifa de passagem (20 rufias...de dia é metade) e às escuras não conseguia. Posto isto, volta para a popa, desliga as luzes da proa e acende uma fluorescente à popa. Bem visto, penso eu...uma luz chega bem para se ver o barco. Puro engano de novo...era para contar o total e guardar no local próprio! A viagem continua na escuridão e termina....como sempre na vida daqueles dois indivíduos...termina mal começou...reflicto nisto e sigo.
Dirijo-me ao aeroporto que está pululante de vida às 5 da manhã. Aparentemente, choveram coreanos, pois estão por todo o lado! Dirijo-me ao balcão, digo quem sou e para onde vou, não apresento rigorosamente documento algum e no sistema aparece “Paolo”...pesam as bagagens e emitem-me um voucher para apanhar o autocarro que me leva ao hidroterminal. Aqui nada se faz duma vez, dá-se um bilhete que dá acesso a outro bilhete que dará acesso a outro que finalmente dá qualquer coisa. É um sistema que garante a empregabilidade de milhares, é um facto. Parece a nossa função pública, mas menos corporativista...aqui dá para todos. No autocarro entra um tipo de 50 anos com um par de barbatanas debaixo do braço, vestido à piloto. É uma imagem caricata. Diz para outro também vestido à piloto: trouxe estas barbatanas caso a amaragem corra mal...é equipamento de sobrevivência...e desata-se a rir. Ora cá está o que eu chamo de um momento de humor brilhante. Gostaria de ter visto a cara do pessoal no autocarro, mas não consegui, pois continuava escuríssimo....bolas!
Chego ao hidroterminal e após pagar mais 10 dólares não sei para quê, dão-me o bilhete. Eles estão lá fora, os hidroaviões...bom aspecto, sim senhor. Espero pela hora de embarque que só atrasa 10 minutos e lá entro eu num bimotor com capacidade para 14 passageiros. Éramos 13, 6 casais e eu. O destino é o meu resort, ou seja, isto é um ninho de pombos...são mais as luas-de-mel que as férias normais. Estou num paraíso rodeado de amor...que bonito!!! Sento-me no primeiro lugar onde estou praticamente em cima dos pilotos ao ponto de conseguir ler a instrumentação. O piloto liga o motor direito e acelera...de repente o co-piloto abre a janela e

espreita para o motor...algo se passa e o motor é desligado...reparo que a hélice não se moveu. O co-piloto (que conduz descalço) sai, começa-se a rir e tira o mosquetão de prisão da cinta que imobiliza a hélice durante a noite.
Volta a entrar no cockpit a rir juntamente com o piloto. Os passageiros que se apercebem também se riem...eu também me ri, embora ainda esteja para perceber o porquê de me ter rido em vez de me mandar borda fora, mas pronto.
Tudo a funcionar, saímos do cais, fazemo-nos à “pista” e aceleramos...em 3 tempos estamos no ar. Viajamos a uma altitude de cruzeiro de 450m e a uma velocidade de 150 nós (mais ou menos 230 km/h). Vamos a 8500 rotações, a pressão do óleo é de bla, bla, bla...isto assim é giro :D A viagem demora 25min...amaramos...

sensação engraçada...e depois esperamos outros 25min, pois está outro avião da mesma companhia a desembarcar pessoal no resort....grande coordenação!!!
Saio finalmente do avião...ups...aeronave e piso o resort. Sou recebido pela directora que me diz: “welcome to paradise”. Começa esta etapa de vida!




3 comentários:

Paulo Paixão disse...

É só para confirmar que realmente este ano o leitão é nosso!

Hugo Picciochi disse...

Ou talvez não, ainda vamos à frente...

Lília disse...

Ah, os pilotos são mto bem dispostos! Adorei o momento de humor brilhante XD Agr os 25 mins de espera são ridículos... Bicha de avioes pa entrar na pequena ilha! *Facepalm*