Madrid – Doha, parte 2
Descrever a viagem entre Madrid e Doha não é fácil, mas tentarei resumir. Em primeiro lugar, vemo-nos numa mescla de culturas e gentes curiosa e agradável. Mas o que mais salientaria da viagem é mesmo a qualidade do serviço. Simpatia, eficiência, bom serviço (3 pratos à escolha em turística), monitores individuais com 40 filmes e 40 séries à escolha (nesta viagem vi o panda o kung-fu, asterix nos jogos olímpicos, bugs bunny...enfim...coisas para a minha faixa etária mental!). A ideia de dormir na viagem por ser nocturna (partida às 22h30 e chegada às 06h30) é que foi um fiasco. Dormitei 45min se tanto. Daí estar aqui no aeroporto de Doha em estado de zombie...e ainda me faltam 6 horas de vôo para Male!
Ao contrário do que esperava, não era o único Português no avião. Sabem como eu descobri? Elementar, meus caros. Eram os únicos com óculos escuros postos dentro do avião em conjunto com patilhas abaixo das orelhas...junte-se a t-shirt billabong para dar um ar radical e tá feito...o facto de falarem Português era acessório para a identificação. Reparo que evitamos entrar no espaço aéreo do Iraque e que aparece de vez em quando a posição e distância do avião em relação a Meca. Imaginem se pusessem isso nos aviões europeus em relação a Fàtima, Lourdes, Santiago de Compostela...enfim....a lista era infindável.
Posso dizer que embora nunca tenha estado tecnicamente no Qatar/Médio Oriente, vi o Qatar...a descida foi já feita de dia e deu para constatar o óbvio: o deserto está deserto à excepção duns oleodutos e duns postes eléctricos. Ressalvo o extremo ordenamento do território, puramente geométrico, típico de construções recentes feitas em terreno plano. Simples J.
Saio do avião, são 6 da manhã e está um bafo quente que não se pode. Mais uma constatação do óbvio, o deserto é quente. No aeroporto já se sente o contraste dum país muçulmano com traços ocidentais, ou seja, os aviões são modernos, mas os depósitos de combustível estão mesmo ao lado da pista, lá fora vão BMWs ao lado de autocarros do tempo de carqueja. Enfim, uma mistura engraçada. Existem mulheres de burca e mulheres vestidas de acordo com os nossos padrões. Ah...no avião avisaram que por ser ramadão, não se podia comer durante o dia...afinal no aeroporto pode-se...pelo menos na zona de transferências onde me encontro. Quase que me esquecia...se o condutor espanhol do autocarro era bom, este tentou ultrapassar o carro das bagagens numa curva, tendo encontrado outro autocarro de frente. Como o pessoal estava todo meio a dormir em pé, acho que poucos se aperceberam. Na casa de banho do aeroporto experimento um pouco de higiene local. O chão está sujo, a bancada dos lavatórios toda molhada, entra um funcionário de “limpeza” com um brize ambientador do ar e toca de soprar aquilo lá pra dentro...ficou muito melhor!!!.
Crio este parágrafo para falar duma sala para repouso/dormir que está colada a uma sala de reza. À entrada da sala de reza avisam que não se pode dormir lá dentro. Não vá o pessoal confundir-se.
Aqui são agora 7h06, 5h06 em Madrid de onde saí, 4h06 em Lisboa e 3h06 nos Açores. O meu cérebro e o meu estômago estão algures perdidos no caminho. Se alguém os vir, digam-lhes que estou quase a chegar, tá bem?
Até às Maldivas!
Madrid-Doha, parte 2
domingo, 28 de setembro de 2008
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