Em Male, parte 3

domingo, 28 de setembro de 2008

Male, parte 3

A tarde passa lentamente. Aproveito para assistir ao grande prémio de Fórmula 1 de Singapura, o primeiro disputado à noite...foi bastante emotivo, pelo que o tempo sempre passou mais depressa. Ansiando por ter net e publicar as crónicas, vou ao “business centre” do hotel no primeiro andar. Basicamente são 3 salas de reuniões com pcs. Dizem-me que posso sentar-me no hall com o portátil e ligar-me à net. Tento faze-lo, mas não consigo, pois o portátil não consegue detectar redes. Depois de meia-hora de espera pelo técnico do hotel, ele consegue solucionar o problema que estava na configuração do meu pc, apesar disto estar em Português. Confesso que foi bastante simpático e prestável, mas sempre mantendo um distanciamento estranho, que não se percebe se é por falta de confiança, se por ser assim mesmo, mas o que importa é que “funcionou”. Descubro que o Benfica ganhou ao Sporting limpinho e sem espinhas (o leitão este ano é nosso!), posto as crónicas e pondero se deverei ir dar uma volta pela cidade (isto é mais ou menos quadrado e tem 2km de lado), mas decido ficar pelo hotel à espera da chamada do Aslaam para me informar da hora de partida do hidroavião na manhã seguinte.
Como seria de esperar, o tempo passa, o escritório fecha e nada de Aslaam. Mentalizado para ficar cá mais tempo ainda do que esperado, vou jantar (comer é sempre animador), altura durante a qual aparece o Aslaam na recepção. Estou a meio da minha galinha assada com molho de churrasco, arroz estufado e salada (tudo o resto ou não tinha carne ou tinha caril...mais um peixe barbaramente assassinado num assado), quando ele me dá a notícia de que o hidroavião parte às 6, pelo que tenho de apanhar o barco das 5 para o aeroporto, o que me obriga a levantar às 4. Decididamente, nunca mais organizo os meus sonos e o meu estômago! Mas o melhor ainda estava para vir: a empresa vai dar-me um cartão de telemóvel, mas como não trouxe o meu telemóvel, tenho de comprar um. O Aslaam não me pode acompanhar, pois tem de ir buscar a base leader ao aeroporto, pelo que decido ir à baixa fazer “compras”.
São agora 21h00 e percebo que estes horários aqui são deveras estranhos. Não sei se é por ser Ramadão, mas às nove da noite é o caos na baixa, com mais gente agora do que de dia, a maioria nas suas motos, claro. As lojas fecham às 23h00 e o frenesim é enorme. Ainda não tinha contado, mas aqui a mania do telemóvel consegue ser quase pior do que em Portugal. São lojas de telemóveis a seguir umas às outras e todas cheias de gente. Compro o telemóvel mais barato que encontro, um Nokia 1200 desbloqueado por 20€...com factura e tudo legal, sim. Acho que vou começar a exportar telemóveis! Existem os modelos mais recentes e evoluídos a preços realmente altos, pelo menos para o nível de vida dum maldivano, mas é o preço da “modernidade”. Afinal de contas, onde podem eles gastar o dinheiro aqui? Aproveito para comprar champô e sabonetes, pois não sei a que preços serão no resort e aqui são a preços aceitáveis. É curioso verificar que os maldivanos misturam o inglês com a língua deles, especialmente quando se fala de tecnologias. Suponho que seja por não terem esses termos na sua língua e adaptarem o inglês...mas dito com a sua pronúncia...engraçado.
Volto ao hotel, aviso mais uma vez na recepção a importância de ser acordado às 4, pago a conta (15€ por uma chamada de 2min para telemóvel em Portugal é um roubo; fico com vontade de ir ao buffet lá acima comer mais 3 pratos principais) e subo para o quarto. Deito-me às 22h30 para acordar à 1h15. Ligo a t.v. e volto a desliga-la às 02h15. Rebolo na cama, mas é escusado. Entre a troca de horários e o receio de não ser acordado, não consigo adormecer (para os que estão a pensar que poderia ter programado o telemóvel novo para despertar, relembro que sem cartão não liga). São agora 3 da manhã e decidi não tentar dormir, pois se a chamada de despertar falha, então tenho de cá ficar mais um dia e não me apetece nadinha. Faltam 3 horas para descolar num hidroavião à noite (ou será que às 6 aqui já se vê qualquer coisa?), isto caso o horário seja cumprido (piada de rebolar no chão a rir, só para o caso de ainda não terem percebido o espírito da coisa), pelo que mais uma aventura...perdão...duas...chegar ao balcão do Air Dixie Charter no aeroporto deverá ser outra, se afiguram.
Até Fesdu!

1 comentários:

Anónimo disse...

sugestão:

começa também a colocar fotos pah...dá outro colorido à coisa :p