Tragédia grega, acto I

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Tragédia Grega

Acordei com a sensação de que seria um dia único. Sim, eu sei que todos os dias são únicos na medida em que nunca se repetem - para os carimbadores de papéis duma qualquer repartição pública posso garantir, apesar do que possam pensar, que isso é um facto para a maioria da população...os meus sentimentos Sras. e Srs. carimbadores – mas este tinha todo o ar de que seria mesmo único. E porquê? Porque mais uma vez ia a dois sítios lindíssimos verificar se as mantas já tinham chegado :D
À medida que chegávamos perto de Himendhoo, Nizar, o capitão de serviço avisa logo que temos corrente W para E, pelo que me preparo para a verificação de corrente. A verificação de corrente consta em saltar do barco só com máscara e barbatanas para ver se o recife está a “viajar” a grande velocidade e em que sentido, ou seja, escolhemos um ponto do recife e somos arrastados pela corrente só vendo o recife a “passar” lá em baixo. Ao melhor estilo “árvores a correr” quando andamos de combóio. Nesse dia era o único instrutor na água. Só para ficarem com uma ideia da força da corrente, ao entrar na água, as barbatanas foram logo arrastadas ao ponto de, quando a cabeça entrou, já as pernas iam de lado!!! Tento fixar um ponto no recife, mas era escusado, pois sou arrastado a uma velocidade tremenda para dentro do Atoll, pelo que mergulhar ali estava fora de questão. Pois bem, mudança de planos. Vamos mergulhar a um naufrágio dentro do Atoll onde deverá estar mais calmo, sendo que mantas naquele dia só no sofá.
Comigo viajam um casal grego e um alemão de 2m de altura, um bom gigante. Já tendo mergulhado com todos os presentes, sei que são mergulhadores confortáveis, mas não excepcionais, pelo que um local mais abrigado é sem dúvida muito melhor opção. Mal sabia eu o que me esperava!

(continua)

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