Globalização de faca e garfo

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Comer na cantina do resort é uma experiência extraordinária. Não, meus caros, a comida não é excepcional, sendo excepcional para padrões de cantina eventualmente. É simplesmente comida, a maior parte dela ao gosto asiático, ou seja, ou demasiado picante, ou demasiado doce, ou tudo junto!

Comer na cantina é uma experiência extraordinária do ponto de vista cultural, pois às mesmas mesas juntam-se pessoas de todo o mundo, posso dizer. Da América à Europa Ocidental e Oriental, de todas as partes da Àsia....hum...acho que Africanos não temos. OK...é uma globalização em que África não conta. Mas também, mais uma menos uma...já estão habituados lá por aquelas bandas a não entrarem em contas algumas!

Imaginem agora que na mesma sala estão indianos, maldivanos, alemães, italianos, belgas, filipinos, singapureses, tailandeses, nepaleses, ucranianos, ingleses, aqui o vosso amigo, sri-lankenses (duvido que seja assim que se diga, mas pronto), mexicanos, sul-africanos (brancos da África do Sul não contam como representantes de África) e ainda outras nacionalidades que não me dei conta. Comemos na mesma sala, umas vezes com uns, outras com outros dependendo da disponibilidade de lugar.

A experiência começa por ser visual ao vermos que tipo de misturas as pessoas fazem. A comida está disponível separadamente, ou seja, molhos separados, farináceos separados, peixes separados, carnes separadas, vegetais separados, fruta separada e por aí fora.
Agora imaginem (acho que não conseguem) a quantidade de misturas diferentes e particularmente originais que se podem fazer.

Os indianos comem caril ao pequeno-almoço, o que só de ver me deixa a úlcera aos pulos, os maldivanos comem com a mão direita, ou seja, lavam bem as mãos com água quente (antes e depois), colocam arroz com carne ou peixe ou seja lá o que for, misturam e amassam tudo no prato com a mão direita e comem com a mão. A esquerda fica lavada e livre para o copo. Depois existem os que comem frango com colher e garfo (sim, eu vi que é possível), os que só usam um garfo e os que usando faca e garfo os usam de modo diferente (esquerda-direita). É claro que nem todos usam tabuleiros e muitos não usam guardanapos.


Confesso que ao início comer perto de certas pessoas me fazia confusão. Agora consegui deixar o preconceito de lado e sinto-me privilegiado por estar neste banho cultural que é comer aqui. As conversas são sobre tudo um pouco e sobre nada, pelo que certas refeições são mesmo prazeirosas. E assim me sinto completamente globalizado...de faca e garfo :D

1 comentários:

Hugo Picciochi disse...

Tu a falares da cantina e eu a lembrar-me do famoso bife de atum, ah, e como não podia deixar de ser, do famoso gato de Loures.