Darwin, o fabuloso
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
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Passando sobre Omã
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
Mas porque falo de Omã? Desta vez, na viagem do Qatar até às Maldivas vim com céu descoberto e de dia, pelo que pude dar uma boa vista de olhos no país em questão.
Imaginem que viajam a 940km/h e durante largos minutos só vêem areia, mais areia, alguma areia ainda e finalmente mais areia.
Estimulante, não? Contudo, repentinamente, o cenário muda e aparece uma cadeia montanhosa (calculo que montanhas de Hajar...obrigado enciclopédia britânica) com vales onde se avistam aglomerados populacionais. Um vale e umas casas...estradas de terra que percorrem as montanhas e que se estendem deserto rochoso fora sem que se veja destino. Estradas que vêm de lado algum e que se cruzam com destino a lado nenhum visível. E isto visto de cima...imaginem a conduzir na estrada...a perspectiva de infinidade do horizonte...deve ser fabuloso.
Mais montanhas, mais aldeias/vilas e assim continua. Pergunto-me se aquelas pessoas se sentem isoladas. Vivem com mais umas dezenas ou centenas de pessoas e para irem a algum lado perdem horas ou dias a fio. Será sequer que têm meios para se deslocarem? Como vivem? De que é feito o seu dia-a-dia? Serão felizes? Como?
Finalmente penso que se um habitante de Omã (omanense, omaniano ou omani de acordo com a Wikipedia) passasse de avião sobre uma ilha dos Açores pensaria o mesmo e sinto-me um bocadinho mais feliz por elas. Afinal o isolamento está somente em nós, pois ao contrário das aves que só podem voar com o corpo, o homem pode voar sempre que quer. Chama-se imaginação e capacidade de sonhar!
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Em Madrid numa Lunes
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
Decido ir de Metro até ao centro de Madrid. Descubro que foi uma opçao inteligente, pois ontem tiveram um nevao que bloqueou tudo, inclusive o aeroporto umas horas. Os madrilenos têm 2 tipos de carruagens: umas todas modernaças que servem a linha do aeroporto e umas que me fazem lembrar as de Lisboa de há 20 anos que servem as do centro da cidade. Assim sendo, é como fazer uma viagem no tempo, ao ponto de até terem um Manolo a tocar musica popular espanhola num acordeao para dar aquele ar antigo à coisa. Pronto, se calhar o senhor que tocava acordeao e a quem eu dei uma moeda nao é empregado do metro. Mas ficava bem! Está frio, chuvisca, mas eu sou um homem afoito (e com um belo casaco), pelo que após 50min de viagem por 4 linhas diferentes chego à estaçao de Atocha.
Saio, oriento-me pelo mapa, sem indicaçao do Norte, que me deram no turismo e vou ao museu da rainha Sofia. Depois duma corrida pela secçao de "arte" moderna chego ao que queria. Picasso, Miró e Dali com fartura para além de outros pintores como Francis Bacon (começa amanha uma exposiçao de Bacon no Prado que eu perdi por 1 dia!!!!).
Guernica é impressionante, tal como todas as obras de Picasso. É claro que qualquer destes senhores acima sofria de fortes problemas de foro psiquiátrico, e nao digo isto somente por serem espanhois, que eu cá, ao contrário do que pensam, nada tenho contra as criaturas. Já bem lhes basta nao terem podido escolher onde nasceram.
De todos prefiro Dali pela profundidade e pelas cores, sem contar com a variedade dos temas. Fiquei a reflectir porque estaria um enorme gafanhoto de patas para o ar na tela "O Grande Masturbador". Apelo ao vosso espírito crítico e imaginativo para lançarem dicas nos comentários!
Termino a visita e saio para a rua de olhos bem abertos e nariz bem fechado, pois o frio gelava-me a canalizaçao respiratória. Como qualquer coisa no MacDonald's (sim, tapas e bocadilhos comam-nos vocês) e desato a percorrer o maior número de atracçoes possível sempre com um céu escuro e chuviscos constantes. Entre jardins, igrejas e afins passam-se 2 horas de sorte com o tempo, pelo que decido nao arriscar mais e enfiar-me no metro para regressar seco e a tempo ao aeroporto.
No regresso reparo na diferença entre os viajantes das diferentes linhas, do espanhol popular às senhoras bem, conforme as zonas por onde passamos. Um dia voltarei...sem ser numa Lunes!
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Mais um Lisboa-Madrid
Mil desculpas aos leitores deste blog (todos os 5), pela ausência de posts durante estas duas semanas, facto que deve ter causado imenso transtorno na paz mundial e até na Madeira.
Ora pois cá estamos nós em mais uma viagem ao outroladodomundistao. Para começar a viagem esqueci-me do telemóvel em casa, pelo que o meu irmao teve de voltar a casa e trazer-me o dito na hora de ponta. Imagino que o "taxi" tenha voado para ele o conseguir em 45min.
Voltei a viajar na Iberia até Madrid, tendo a simpática companhia voltado a nao colocar ninguém a meu lado. Será que sou VIP (Very Important Pathogen)?
Sento-me no meu lugar à janela (como se Barajas visto de cima fosse mais giro que de lado) e de imediato reparo no orgulho castelhano na sua história. Imaginem vocês que em todas as costas das cadeiras está a frase: "Abrochese el cinturon". Sem dúvida uma referência elogiosa a um cavaleiro medieval de seu nome "El Cinturon" perante o qual todos se deviam ajoelhar no seu tempo. Comovente, sem dúvida!
A viagem decorre sem grandes sobressaltos chegando com pouco atraso a Madrid. Desta vez só viajo com mochila, pelo que vai ser uma barrigada de museus, tinha eu decidido. Dirijo-me de imediato ao guichet informativo e pergunto pela estacao de metro para o Museu Thyssen.
"Ah, está fechado...hoje é Lunes!" E o Prado? "Fechado". Percebo enfim que tudo está fechado à segunda-feira. Lindo! E eu com 8 horas para matar.
A menina saca dum livro turístico e abre na secçao: "Que hacer los lunes", em Português: "para os tansos que vêm a Madrid por um dia no dia em que está quase tudo fechado". Se pensam que a minha traduçao nao é fiel por parecer muito comprida, relembro que as traduçoes sao uma arte por vezes oculta conforme todos sabemos graças à RTP e afins.
Pois bem, a caminho de Madrid numa "Lunes"...
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