Aqui estão mais algumas fotos do mergulho de Natal do pessoal. E sim, eu sei que o meu gorro era demasiado pequeno :P

Venturas dos Cem Terra
Aqui estão mais algumas fotos do mergulho de Natal do pessoal. E sim, eu sei que o meu gorro era demasiado pequeno :P
Ventura de Paulo Luís 1 comentários
Esta empresa, tal como todas as outras, tem o seu jantar de Natal, embora seja uma empresa de mergulho nas Maldivas e o ambiente lá fora seja pouco natalício. Pelo menos para nós que associamos Natal a frio e muito agasalho.
Começo a rir que nem um doido e o meu colega ucraniano pergunta porque me rio, pois ele não estava a ouvir a conversa. Ele fica muito espantado com a história e pergunta à japonesa: “mas todas as vacas são tratadas assim no Japão?”, ao que eu respondo antes que a japonesa o pudesse fazer: “Não, só as que fazem bons casamentos!”, afirmação que deixou toda a gente a rir menos a japonesa. Será que ela não fez um bom casamento???
P.S. Depois de toda a gente acabar de rir, veio-me à cabeça uma plantação de batatas em que as ditas tinham fones e ouviam Beethoven, mas guardei esta imagem para mim :D
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Trabalhar com várias pessoas está a revelar-se uma experiência fascinante a muitos níveis. Agora começo a perceber na pele a piada das séries como o “The Office” entre outras.
Eu já vi calendarizações de trabalho, calendários de aniversários, mapas de actividades e outras tentativas de potencializar as capacidades do pessoal e aumentar o espírito de equipa e o bom ambiente de trabalho.
Pois na sequência destas tentativas de melhoramento laboral, eis que proponho o calendário menstrual das funcionárias da empresa.
O mesmo deve estar afixado em local bem visível ainda antes da distribuição de serviço para a semana seguinte. E porquê? Mas vocês acham que se alguém souber que a chefa está com TPM vai parar no escritório? Só se não tiver amor à sanidade.
- O que já se tiver feito não estará bem feito certamente;
- O que ainda não se tiver feito já deveria estar feito há muito;
- O que se está a fazer não se deveria estar a fazer agora;
- E o que não se sabia que era para fazer, não é porque não faça parte das nossas competências, não, mas porque não somos trabalhadores de equipa, pois se o fossemos, não só saberíamos que era para fazer, como já o teríamos feito, pois os nossos colegas (todos eles sem excepção, mesmo aqueles que ainda não entraram para a empresa, nem irão entrar) fazem-no por nós.
E que dizer da nossa companheira de secção que, para além de ser insuportável nos dias normais, fica particularmente pormenorizada com questões de grande importância como a disposição correcta dos marcadores ou a sequência de tamanhos dos artigos nas gavetas da secretária comum, ou ainda, para gáudio dos maníacos do género, a grande questão sacramental de quem levou a caneta verde que estava em cima da secretária ainda há 3 dias ao lado do agrafador!!!
Seria uma ferramenta de trabalho de imenso valor para qualquer empresa, pois nesses dias de TPM os “inimigos”, perdão, colegas poderiam dedicar-se à manutenção do equipamento na cave ou a visitar clientes em Freixo-de-espada-à-cinta, localidade nunca devidamente reconhecida! Se calhar devia falar disto ao Sócrates para ajudar a combater a crise e tal. Que acham?
Ventura de Paulo Luís 3 comentários
Muitos acreditam, erradamente, que ele não existe, embora gostem na mesma de desembrulhar os seus presentes. Todos sabem que é auxiliado por duendes muito criativos e enérgicos, que o substituem nas difíceis tarefas que à sua provecta idade custam já a cumprir. Há também um trenó e uma rena de nariz vermelho - sim, que o Rudolfo dá no bagaço, toda a gente sabe também. E sim, tudo isto é alegre, tudo isto existe e não é fado: é o Pai Natal, que, chaminé adentro, deixa nos sapatinhos dos meninos a recompensa pelas suas boas acções (ou pela ausência de acções muito más, o que dá mais ou menos no mesmo).
Aqui nas partes baixas do Norte da Europa, onde me encontro, existe uma outra versão da história, quiçá mais realista - o Holandês é sincero, honesto. O nome do senhor dos presentes é Sinterklaas (o que se lê Sin-ter-klâââââsss - e ao pronunciar-se, deve-se projectar o queixo para a frente, para dar mais ênfase), e o seu modus vivendi apresenta algumas diferenças que passamos a resumir - além de comparecer a 5 e não a 24/25 de Dezembro.
Ora, o Sin-ter Klâââââsss (repito, para irem praticando, queixo para a fente, isso - vão ver que não dói nada!) premeia, como o seu congénere, os meninos que se portam bem com belas e coloridas prendas, sendo, porém, intolerante com os que se portam mal, enviando-os para o sítio onde se devem enviar todos os meninos que se portam mal: e agora toda a gente, como se sabe, pensa "O inferno?" (versão Dantesca) ou "O limbo?" (versão idiota) - e a resposta é, de facto, um misto: o Sin-ter-klâââââsss envia os meninos que se portam mal para... Espanha! Ah, pois é: menino, portaste-te mal, pumba!, vais para Espanha para aprenderes! Já as meninas, podem optar em ingressar numa promissora carreira no Red Light District, em alternativa. Aqui, claro que não podemos deixar de pensar: "Porra, até nisto somos ultrapassados pelos Espanhóis! Então não podíamos nós, perfeitamente, ser também o sítio para onde se mandam os meninos que se portam mal? Até temos a Casa Pia!". Sim, mas para isso, teríamos de vir no mapa - ah, pois é! - não se esqueçam disto do mapa.
Bom, outra diferença de destaque tem que ver com a mão-de-obra de todo o aparato natalício. Se o Pai Natal usa duendes, seres exóticos, caprichosos e, quiçá, mitológicos, já o Sin-ter-klâââââsss é mais prático e honesto - como se sabe, o Holandês preza a verdade. Assim, renegando à mitologia, recorre à história, e faz dos Zwarte Piet os seus ajudantes. Ai que giro, pode-se pensar, os Zw-Zw- Zwwart- coiso, que engraçado, e tal... pois sim! Os Zwarte Piet, seriam, numa versão Portuguesa de tradução livre, os Pedros Pretos:
aqui a desempenhar a sua função primordial,
ou seja, ir à frente na parte da chaminé! Atente-se na cara de felicidade do senhor, ao antecipar o cair em cima de um braseiro - é amor à profissão, só pode!
Apesar de honesto e directo, o Holandês tolera um certo eufemismo: justifica a cor dos senhores, não pelo facto de serem, de facto, mão de obra historica e socialmente barata, mas sim pela fuligem das chaminés! No fundo, são todos loiros de olho azul, apenas um pouco chamuscados e sujos...
Insinuações desprovidas de fundamento à parte, existem algumas diferenças mais, embora pouco relevantes - podem encontrar tudo sobre o assunto na Wikipédia, naturalmente. Na parte que me toca, e como já encarnei de Pai Natal diversas vezes, lá em casa, não posso lamentar a ausência de uns duendes...
E porque é Natal e ainda não nos recuperámos psicologicamente daquela infelicidade do mapa (ah, aposto que já se tinham esquecido!!) e do Inferno e tal, aqui vos deixo uma eventual explicação, em jeito de pérola, sobre o porquê de certos países não virem no mapa - ou certos mapa não existirem nos países... humm... é aqui.
Ventura de Rafael Fraga 3 comentários
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Comer na cantina do resort é uma experiência extraordinária. Não, meus caros, a comida não é excepcional, sendo excepcional para padrões de cantina eventualmente. É simplesmente comida, a maior parte dela ao gosto asiático, ou seja, ou demasiado picante, ou demasiado doce, ou tudo junto!
Comer na cantina é uma experiência extraordinária do ponto de vista cultural, pois às mesmas mesas juntam-se pessoas de todo o mundo, posso dizer. Da América à Europa Ocidental e Oriental, de todas as partes da Àsia....hum...acho que Africanos não temos. OK...é uma globalização em que África não conta. Mas também, mais uma menos uma...já estão habituados lá por aquelas bandas a não entrarem em contas algumas!
Imaginem agora que na mesma sala estão indianos, maldivanos, alemães, italianos, belgas, filipinos, singapureses, tailandeses, nepaleses, ucranianos, ingleses, aqui o vosso amigo, sri-lankenses (duvido que seja assim que se diga, mas pronto), mexicanos, sul-africanos (brancos da África do Sul não contam como representantes de África) e ainda outras nacionalidades que não me dei conta. Comemos na mesma sala, umas vezes com uns, outras com outros dependendo da disponibilidade de lugar.
A experiência começa por ser visual ao vermos que tipo de misturas as pessoas fazem. A comida está disponível separadamente, ou seja, molhos separados, farináceos separados, peixes separados, carnes separadas, vegetais separados, fruta separada e por aí fora.
Agora imaginem (acho que não conseguem) a quantidade de misturas diferentes e particularmente originais que se podem fazer.
Os indianos comem caril ao pequeno-almoço, o que só de ver me deixa a úlcera aos pulos, os maldivanos comem com a mão direita, ou seja, lavam bem as mãos com água quente (antes e depois), colocam arroz com carne ou peixe ou seja lá o que for, misturam e amassam tudo no prato com a mão direita e comem com a mão. A esquerda fica lavada e livre para o copo. Depois existem os que comem frango com colher e garfo (sim, eu vi que é possível), os que só usam um garfo e os que usando faca e garfo os usam de modo diferente (esquerda-direita). É claro que nem todos usam tabuleiros e muitos não usam guardanapos.
Confesso que ao início comer perto de certas pessoas me fazia confusão. Agora consegui deixar o preconceito de lado e sinto-me privilegiado por estar neste banho cultural que é comer aqui. As conversas são sobre tudo um pouco e sobre nada, pelo que certas refeições são mesmo prazeirosas. E assim me sinto completamente globalizado...de faca e garfo :D
Ventura de Paulo Luís 1 comentários
Como falar do meu Tio Joaquim? Um poço de vivências? Um homem sempre bem disposto? Um trabalhador incansável para si e para os seus? Alguém que dava sempre sem nunca esperar nada?
Era tudo isso e muito mais. Desde pequeno que nas festas de família me habituei a ouvir sempre uma anedota ou uma história real (por vezes era difícil distinguir) a propósito de algo. Bastava alguém falar sobre um acontecimento que o Tio Joaquim dizia logo: “isso faz-me lembrar...”. E acabávamos todos a rir.
Pude trabalhar com ele durante 2 anos, ele no final da sua vida de trabalho e eu no início da minha. Com 65 anos carregava um móvel sozinho como se fosse de papel. O seu tamanho? Pouco mais de 1,60m.
Ouvir as histórias da sua vida de taxista em São Paulo na década de 50 e 60 era algo que me deliciava em criança. E até em adulto, quanto mais em criança.
Partilho convosco esta conversa com ele a propósito da vida de hoje em dia:
“Não percebo, dizia ele. As pessoas queixam-se que a gasolina está cara, mas contudo vão de carro para o trabalho e perdem mais de uma hora para lá chegar. Depois como não fazem nada o dia todo, vão para ginásios correr onde também têm de pagar. Eu trabalhava no Cais do Sodré e ia desde Odivelas a pé todos os dias. Duas horas para lá e duas horas para cá. Todos os dias, Verão ou Inverno, sol ou chuva. Acham que gastava dinheiro em gasolina ou em ginásios? Não que o tivesse, claro. E estava em forma que era um regalo! O tempo que demorava era praticamente o mesmo que hoje em dia somando o carro com o ginásio. Sinceramente, não percebo!”
Estas conversas com ele eram sempre fascinantes, fosse sobre alhos ou bogalhos. Lembro-me que, até nos velórios e nos funerais, era sempre ele que transformava aqueles momentos infinitos de dor e desconforto em momentos em que me sentia orgulhoso por fazer parte da minha família. Ele tinha sempre uma história ou um acontecimento sobre o morto que fazia todos rirem e sorrirem felizes por terem partilhado aqueles momentos com a pessoa a ser velada. Até na morte ele via razão para celebrar a vida.
Recordo com carinho quando o levei a comer um belo peixe em Porto Brandão há 2 anos. Sabia que a saúde dele não o deixaria estar entre nós durante muito tempo, pelo que foi a minha singela maneira de lhe dar um bocadinho de felicidade que nunca seria a mesma que ele me deu. Chegados lá, ele quis comer uma feijoada à brasileira, pois tinha saudades e por causa da diabetes nunca comia. Foi um almoço simples, de gente simples, mas que eu sabia que seria a última refeição que eu partilharia com ele naquele ambiente leve e de quem está de bem com a vida. Momentos que estão no meu coração como tantos outros.
Agora chegou a sua vez de partir e não estará ninguém para fazer rir a família e para relembrar que ele era o exemplo vivo de como a vida é algo de maravilhoso. Enfrentou mil adversidades, nunca deixou de ser pobre e humilde, mas era um poço de alegria e felicidade para todos aqueles que tiveram a felicidade de o conhecer. Um exemplo que espero nunca esquecer na minha vida.
Sempre que me lembrar de ti, Tio, fá-lo-ei com um sorriso que agora não consigo esboçar.
Adeus meu velho!
Ventura de Paulo Luís 0 comentários
Ao chegar aos 10m recomeça a hiperventilar e verifico que desta vez não a vou conseguir acalmar, pois ela começa a demonstrar sinais de pânico e diz que quer vir para a superfície. De imediato faço sinalética ao grupo para nos afastarmos do recife e iniciarmos a subida, pelo que a corrente nos começa a afastar. Agora pensam vocês...ah...grande coisa...tiveste uma cliente que hiperventilou e tiveste de vir para cima. Não meus caros, a coisa ainda fica melhor. Apesar da minha sinalética, o marido continua no recife a fazer fotografia agachado e eu não o posso ir buscar, pois se a largo, ela vai para cima que nem uma flecha. Vejo o marido cada vez mais longe, pois a corrente afasta-nos e penso: “fantástico...tenho agora uma pessoa quase em pânico, estou numa zona com corrente forte e vou perder um mergulhador”. E eis que o bom gigante me auxilia disparando contra a corrente em direcção ao marido (teve de nadar uns bons 25m contra a corrente) e, puxando-o por uma barbatana, diz que está na hora de acabar a sessão de fotografia.
Ao voltarem, estou eu a acabar o patamar de 3min aos 5m tendo de lançar a bóia de sinalização para a superfície com um carreto de modo a que o barco nos veja e nos recolha. Para os que fazem mergulho, sabem que é completamente impossível realizar esta operação com uma mão, pois a outra estava ocupada a agarrar a grega. Abro o bolso, tiro a bóia do bolso, desenrolo-a, mas agora precisava de engatar o mosquetão do carreto e, pela primeira vez na vida, invejei um polvo! Olho para o lado e o marido já lá está, pelo que de imediato levo a mão dela à do marido e espero que eles se entendam. Como não começaram à estalada, decido que posso mandar a bóia para cima e lá subimos devagar até à superfície, altura em que ela tira a máscara e começa a chorar desalmadamente, tendo o marido dito algo que me pareceu grego. Provavelmente era!
Digo “thank you” ao bom gigante sem soltar as palavras da boca, libertando um suspiro por ter sobrevivido à minha primeira discussão conjugal subaquática!
Ventura de Paulo Luís 0 comentários
Não estava nos planos para já (frase mais proferida por jovens casais!), mas agora que veio vamos aproveitar: é a neve, anunciando o Inverno frio do Norte Europeu...
Ventura de Rafael Fraga 3 comentários
Decidi que ir ao naufrágio seria uma bela ideia, pois o bom gigante (ver acto I) já tinha dito que gostava de lá ir um dia.
Mais meia hora de caminho e estávamos lá, no Fesdhu Wreck. Para todos aqueles que não gastaram mil contos (na altura) por semana no britânico, é o naufrágio de Fesdhu :D
Chegados lá, faço a verificação da corrente, que constato existir, mas que é de nível aceitável. Dou indicação ao capitão para posicionar o barco no ponto que quero e saltamos para a água. Posto isto, começamos a descida e constato, que ao invés do que é normal, a corrente a 25m é mais forte que a corrente à superfície, mas estando lá em baixo tínhamos de lidar com ela, pelo que dirijo o grupo para bombordo do naufrágio para ficarmos abrigados da dita.
Enquanto lá estivemos a corrente foi cortada pelo naufrágio que servia de barreira, mas quando foi preciso dar a volta ao naufrágio, a corrente tornou-se mesmo forte, pelo que decidi deixar o naufragio e derivar para um recife por perto deixando-nos levar pela corrente. Deste modo, garantia um mergulho sem esforço, pois bastava controlar a posição vertical na água, sendo a corrente a nossa “barbatana-mor”.
Imaginem o meu espanto quando, ao chegar ao recife, já a 15m de profundidade (menos 10 que no naufrágio), a grega me agarra o braço, entrando em hiperventilação (respiração superficial e ofegante que não oxigena o sangue e dispara o consumo de ar da garrafa). De imediato, dou-lhe a mão agarrando-a e tento acalmá-la, pois se ela passasse dessa fase para o pânico, a coisa poderia tornar-se perigosa, pois tínhamos acabado de vir dos 25m. Entretanto chega o marido preocupado com ela, tendo ela tido uma reacção fabulosa para um casal em lua-de-mel. Começou a bater no marido (ou tentando), repudiando-o e, agarrando-me ainda com mais força, puxou-me para junto dela. Amigos: confesso que os meus anos de experiência em que já vi muita coisa e resolvi muitas situações não me prepararam para isto. Fiquei por uns instantes sem reacção, tal como o bom gigante, até que o marido decidiu deixar-nos e ir fazer umas fotos, pois é grande aficionado da fotografia subaquática.
Recuperado do espasmo cerebral que sofri durante a cena, consigo fazê-la parar de hiperventilar, pelo que continuo o mergulho para a zona mais rasa do recife (10m de profundidade), de modo a precaver situações reincidentes. Se bem o pensei, em boa hora o fiz!
(continua)
Ventura de Paulo Luís 0 comentários
Estas são as fotos tiradas por mim no segundo mergulho depois de Himendhoo (ver posts anteriores).
Espero que gostem :)
Ventura de Paulo Luís 1 comentários
Tragédia Grega
Acordei com a sensação de que seria um dia único. Sim, eu sei que todos os dias são únicos na medida em que nunca se repetem - para os carimbadores de papéis duma qualquer repartição pública posso garantir, apesar do que possam pensar, que isso é um facto para a maioria da população...os meus sentimentos Sras. e Srs. carimbadores – mas este tinha todo o ar de que seria mesmo único. E porquê? Porque mais uma vez ia a dois sítios lindíssimos verificar se as mantas já tinham chegado :D
À medida que chegávamos perto de Himendhoo, Nizar, o capitão de serviço avisa logo que temos corrente W para E, pelo que me preparo para a verificação de corrente. A verificação de corrente consta em saltar do barco só com máscara e barbatanas para ver se o recife está a “viajar” a grande velocidade e em que sentido, ou seja, escolhemos um ponto do recife e somos arrastados pela corrente só vendo o recife a “passar” lá em baixo. Ao melhor estilo “árvores a correr” quando andamos de combóio. Nesse dia era o único instrutor na água. Só para ficarem com uma ideia da força da corrente, ao entrar na água, as barbatanas foram logo arrastadas ao ponto de, quando a cabeça entrou, já as pernas iam de lado!!! Tento fixar um ponto no recife, mas era escusado, pois sou arrastado a uma velocidade tremenda para dentro do Atoll, pelo que mergulhar ali estava fora de questão. Pois bem, mudança de planos. Vamos mergulhar a um naufrágio dentro do Atoll onde deverá estar mais calmo, sendo que mantas naquele dia só no sofá.
Comigo viajam um casal grego e um alemão de 2m de altura, um bom gigante. Já tendo mergulhado com todos os presentes, sei que são mergulhadores confortáveis, mas não excepcionais, pelo que um local mais abrigado é sem dúvida muito melhor opção. Mal sabia eu o que me esperava!
(continua)
Ventura de Paulo Luís 0 comentários
Não sei se é por causa do frio, da humidade, da chuva ou dos diques, mas parece ser hábito em algumas casas holandesas o descalçar-se à entrada.
Na primeira casa onde estive, a do venerável chino-holandês Yon, descalçar os sapatos à entrada era regra. Ora, não se podendo dizer que a casa primasse pela limpeza geral (Yon, moço solteiro e bom rapaz que, como tal, tinha outras prioridades tais que não a limpeza do chão), decidi um dia não me descalçar à entrada, porque me irritavam solenemente as partículas que se agregavam às minhas meias. Naturalmente, mereci o reparo:
- Hey, you should take out your shoes...
- But the floor needs to be cleaned up, respondi.
- Yes, but there's no need to bring more dirt inside!
Sim, o mais provável era levar a dirt out! Mas pronto, um gajo tem de se calar...
Quando me mudei de casa, para a do simpático Surinamense Armand, ainda estavam a acabar de colocar o chão de madeira, pelo que havia farelo e pó um pouco por todo o lado:
- Hey Rafael, you'd better take out your shoes...
Nem respondi, corri logo para a entrada a descalçar-me.
Apesar do farelo, a parte verdadeiramente cómica estava para vir. Batem à porta dois simpáticos senhores, holandeses de seu robusto metro e noventa, munidos do seu fato-macaco oleoso e de bloco de notas em riste, técnicos não-sei-do-quê. Impressionado pelo aspecto profissional e porte altivo dos ditos, confesso que a desilusão foi profunda quando reparei que também eles exibiam umas meigas peúgas multicolores, quase fofas, como diria uma ex-aluna minha, em detrimento das másculas botas de biqueira de aço, deixadas à entrada...
A imagem das pegadas dos mastodontes no farelo dificilmente me sairá da memória...!
P.S.: Hoje já estou noutra casa, que espero definitiva - não se descalçam os sapatos à entrada. A quem possa interessar, aqui fica um par de utensílios que podem ajudar a contornar esta questão - resolve a questão psicológica e limpa!
Ventura de Rafael Fraga 1 comentários
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